"A
leitura fundamentalista parte do principio de que a Bíblia, sendo Palavra de
Deus inspirada e isenta de erros, deve ser lida e interpretada literalmente em
todos os seus detalhes" (Pontifícia Comissão Bíblica, a interpretação da Bíblia
na igreja, p. 82). O documento em seguida explica que a interpretação literal,
na leitura fundamentalista é interpretação primária, literalista, isto é,
excluindo todo esforço de compreensão da bíblia que leve em conta seu crescimento histórico
e seu desenvolvimento. Alguns de vocês puderam acompanhar a “evolução” do vocábulo
‘joia’, ou seja, com o passar do tempo e a evolução do mesmo, do significado de
alguma matéria preciosa passou a significar experiência ou sentimento
relevante. Para nós que
vivemos esta evolução não há problema de compreensão. Mas para quem não sabe da evolução do vocábulo vai sempre interpretar ‘jóia’ no sentido de alguma matéria preciosa. Correrá o risco de não entender quando o autor de uma frase apresenta o significado simbólico do vocábulo.
vivemos esta evolução não há problema de compreensão. Mas para quem não sabe da evolução do vocábulo vai sempre interpretar ‘jóia’ no sentido de alguma matéria preciosa. Correrá o risco de não entender quando o autor de uma frase apresenta o significado simbólico do vocábulo.
Procurarei,
a seguir, humildemente, apontar pontos de relevância do documento:
“A
inerrância da Palavra de Deus e as outras verdades bíblicas... está enraizada
em uma ideologia que não é bíblica, apesar do que dizem seus representantes”
(idem, p. 83). Nesta página veremos algumas afirmações da leitura
fundamentalista que mostram sua ideologia.
“O
problema de base desta leitura fundamentalista é que recusando levar em
consideração o caráter histórico da revelação bíblica, ela se torna incapaz de
aceitar plenamente a verdade da própria Encarnação” (idem, p. 83). A plenitude
da Palavra de Deus se encontra em Jesus Cristo, Filho de Deus que se dez homem
igual a nós, e é por isso também ela encarnação viva. A Encarnação de exprime
dentro dos limites histórico-cultural-social-religioso da época.
“Ela
se recusa em admitir que a Palavra de Deus inspirada foi expressa em linguagem humana
e que ela foi redigida, sob inspiração divina, por autores humanos cujas
capacidades e recursos eram limitados” (idem, p. 84). Não tem como pensar
diferente ao analisar um texto bíblico. Este mostra claramente como “o
fundamentalismo... muitas vezes torna histórico aquilo que não tinha a
pretensão de historicidade, pois ele considera como histórico, tudo aquilo que
é reportado ou contado com os verbos em, um tempo passado, sem a necessária atenção
a possibilidade de um sentido simbólico ou figurativo” (idem, p. 84).
“Ele
se omite igualmente de considerar as “releituras” de certas passagens no
interior da própria bíblia” (idem, p. 85).
“no
que concerne aos evangelhos, o fundamentalismo não leva em consideração o
crescimento da tradição evangélica, mas confunde ingenuamente o estágio final
desta tradição (que os evangelistas escreveram) com o estágio inicial (as ações
e as palavras do Jesus da história)” (idem, p. 85).
“O
fundamentalismo tem igualmente tendência a uma grande estreiteza de visão, pois
ele considera conforme a realidade uma antiga cosmologia já ultrapassada... Ele
se apoia sobre uma leitura não critica de certos textos da bíblia para
confirmar ideias politicas e atitudes sociais marcadas por preconceitos,
racistas, por exemplo, simplesmente contrários ao Evangelho Cristão” (idem, p.
85).
“Ele
se apresenta como uma forma de interpretação privada, que não reconhece que a
Igreja é fundada sobre a bíblia e tira sua vida e sua inspiração das escrituras”
(idem, p. 86).
Encerrando,
“o fundamentalismo convida, sem dizê-lo, a uma forma de suicídio do pensamento.
Ele coloca na vida uma falsa certeza, pois ele confunde inconscientemente as
limitações humanas da mensagem bíblica com a substancia divina dessa mensagem”
(idem, p. 86).
Vocês
podem ler o documento A INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA NA IGREJA, no seguinte
endereço:
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