// Estar com Deus: 2010

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O MAL EXISTE MESMO ?

Um professor ateu desafiou seus alunos com esta pergunta :
 - Deus fez tudo que existe?
 Um estudante respondeu corajosamente :
 - Sim, fez!
 - Deus fez tudo, mesmo?
 - Sim, professor - respondeu o jovem.
 O professor replicou:
 - Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau.
 - O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado uma vez mais que a Fé era um mito.

 Outro estudante levantou sua mão e disse:

 - Posso lhe fazer uma pergunta, professor?
 - Sem dúvida. Respondeu-lhe o professor.
 O jovem ficou de pé e perguntou:

 - Professor, o frio existe?
 - Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio?
 O rapaz respondeu:
 - Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.

 - E a escuridão, existe? - continuou o estudante.
 O professor respondeu :
 - Mas é claro que sim.
 O estudante respondeu :

 - Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é na verdade a ausência de luz. Podemos
estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas varias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca.
 Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo?

 Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.

 Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor :

 - Diga, professor, o mal existe?
 - Ele respondeu :
 - Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal.

 Então o estudante respondeu :

 - O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal.
 Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz."

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Para 2011 - A Barreira

A barreira.

Porque?
Porque nós seres humanos temos que gerar barreiras?
Porque temos que ter em nossas mentes que devemos nos proteger de tudo e de todos?
Porque tentamos sempre impor nossas idéias, pressionarmos o que achamos de correto e questionarmos o que pensamos ser errado em relação a nós mesmos?
Porque não aceitarmos nossas fraquezas, nossos erros?
Porque não pensarmos mais fortes, mais maduros?
Porque não conseguimos captar as idéias do nosso próximo, porque temos que achar que sempre somos corretos?
Gloria a Deus pelas pessoas que conseguem aos poucos mudar este sentimento.
Gloria a Deus pelas pessoas que conseguem ensinar a outras pessoas a maneira correta de se pensar.
Todos nos somos importantes para Deus, todos nos temos um potencial, algo de bom existe dentro de nós, precisamos somente achar isto, explorar este poder interior que habita em nossa alma, em nosso ser.
Deus nos fez pessoas importantes, cada qual com seu dom, sua habilidade.
Como posso eu culpar uma pessoa somente pelo fato de ela possuir um vocabulário diferente do meu, ou costumes que não se assemelham a mim.
Como posso julgar alguém, pelos seus atos.
Albert Eisten foi um brilhante gênio, porem todos pensavam que era um louco, seus começos nos estudos foram um fracasso, e poucos acreditavam nele.
Grandes descobertas como a aspirina, o mundo ser redondo, vieram de grandes pensadores que flutuavam em seus pensamentos, e acreditavam naquilo que poderia ser a verdade para eles.
Ah, porque as pessoas querem ser dominadoras, famintas pela sua razão, pelas suas idéias, pela sua ganância.
E o Maldito respeito, onde fica ele?
Existe uma regra em nossa sociedade a qual ministra que o direito de um cidadão termina onde começa o de outro, mas que espaço é este? Que dimensão é esta? Qual o simbolismo empregado nisto?  Que tipo de filosofia devemos adotar? As das regras criadas pelo homem, ou o nosso pensamento, que divaga e nos gera consciência do que é certo e do que é errado.
Possuímos o livre arbítrio, possuímos o poder de pensar sem que ninguém interfira nisto, então porque não pensarmos a coisa certa, claro, devemos criar regras pára que nos não extrapolemos em nosso pensamento e possamos fugir de uma realidade a qual não poderíamos ter controle, sempre devemos ter limites, limites para o obvio, para o social, para o convívio, mas o resto. O resto é apenas divagação, pensamento livre que viaja sobre o tempo e lugar, sobre o que é fixo e o que é infinito, sobre o que é a realidade.
Maravilhoso é quando descobrimos que somos importantes, que nossas idéias fluem para o positivo, que podemos construir algo, que podemos auxiliar alguém.
Devemos nos preocupar com o próximo. Como podemos verificar se alguém esta sofrendo, se alguém esta precisando de algo, se não conseguimos discernir a idéia básica do respeito, o limite em nosso próprio eu, de sentirmos as mesmas coisas, isto parece obvio, aquilo que não concebo a mim, com certeza não deveria passar ao meu próximo.
Esta barreira deve ser quebrada, devemos nos conscientizar que somente o pensamento puro, a troca de idéias, a verdade, é a grande arma para quebrar qualquer grilhão que nos cerca, somente assim destruiremos  preconceitos, predestinações, pensamentos inaptos sobre o nosso ser semelhante e a nós próprios.
Ah, quando quebraremos esta barreira!

sábado, 25 de dezembro de 2010

E se a Bíblia for realmente verdadeira?

Evidências da encarnação de Jesus

David Limbaugh

Gostaria de desafiar você a considerar que a “boa notícia” que celebramos durante a época do Natal é realmente verdadeira.
Você pode escolher crer que a Bíblia é meramente um livro de fábulas com lições morais bacanas, mas há mais abundantes e exatas evidências de manuscritos em apoio ao Novo Testamento do que a qualquer outro livro da antiguidade. Além disso, o número de testemunhas da vida, morte e ressurreição de Cristo, assim como a natureza do testemunho delas, é forte prova da confiabilidade dos relatos da Bíblia, assim como são também as corroboradoras provas arqueológicas e testemunho secular.
Aliás, os escritores do Novo Testamento tinham todo motivo secular para negar que a ressurreição tivesse ocorrido. Por que eles inventariam e apoiariam uma história que os levaria a ser surrados, torturados e mortos?
Portanto, na próxima vez que você ler a Bíblia, considere que você está lendo a inspirada Palavra de Deus e que Jesus realmente disse e fez o que a Bíblia relata, começando com as afirmações dEle sobre Sua própria divindade:
Ele disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai… Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14:6-9). Ele também disse: “Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou” (João 8:58). Aqui, Jesus afirmou não só ter existido antes de Abraão, mas também que sua pré-existência é eterna. O que é mais importante é que “EU SOU” é um dos nomes de Deus. Além disso, Ele se identificou como o Deus do Antigo Testamento ao proclamar “Eu sou a luz do mundo” (O Salmo 27:1 diz: “O SENHOR é a minha luz e a minha salvação”) e “Eu sou o bom pastor”. (O Salmo 23:1 diz: “O SENHOR é o meu pastor”.) Ao responder ao supremo sacerdote quanto à Sua deidade, Jesus disse: “Eu o sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu” (Marcos 14:62).
Jesus também cumpriu as profecias do Antigo Testamento acerca do Messias: Ele nasceu de uma virgem, em Belém, na linhagem de Abraão e Davi; Ele foi rejeitado por Seu próprio povo; Suas mãos, pés e lado foram furados, mas nenhum osso foi quebrado; e Ele ressuscitou dos mortos e subiu ao céu.
Jesus afirmou ter autoridade para perdoar pecados. Ele disse ao homem paralítico: “Para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados”. Ele disse que Ele é o juiz da humanidade (João 5:25-29).
Jesus atribuiu para si uma honra que só Deus merece (Isaías 42:8), quando Ele disse: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.” (João 17:5) e “Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai” (João 5:23). Jesus nos convidou a orar no nome dEle: “E tudo quanto pedirdes em meu nome” (João 14:13). Ele aceitou que outros O adorassem (Mateus 8:2, 14:33, 15:25, 20:20, 28:17), embora o Antigo Testamento claramente proíba adoração a qualquer pessoa, a não ser Deus (Êxodo 20:1-4; Deuteronômio 5:6-9). Até mesmo os anjos se recusam a receber adoração (Apocalipse 22:8,9).
Jesus disse que Ele nos daria coisas que só Deus pode dar. “Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer” (João 5:21).
Jesus não nos orientou apenas a seguir Seus ensinos, mas também a seguir a Ele (Mateus 10:38).
Jesus realizou muitos milagres, e o maior deles foi Sua ressurreição, que Ele predisse (João 2:19, 21) e foi testemunhada por todos os escritores dos quatro Evangelhos e, entre outros, por Paulo, que disse que Jesus foi visto por mais de 500 testemunhas oculares, a maioria das quais ainda estava viva e poderiam refutá-lo se não fosse verdade (1 Coríntios 15:4).
Os Apóstolos dEle também afirmaram que Ele era Deus: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (João 1:1); Jesus é o “primeiro e o último” (Apocalipse 1:17, 2:8, 22:13); e “Porque um menino nos nasceu… e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).
Jesus, que afirmou e provou ser Deus, defendeu a autoridade divina do Antigo Testamento (Mateus 5:17-18) e prometeu que o Espírito Santo inspiraria as revelações do Novo Testamento (João 14:26, 16:13). Os escritores do Novo Testamento também deram testemunho de que toda a Escritura foi inspirada por Deus (2 Timóteo 3:16).
A partir do momento em que concluímos que a Bíblia é a Palavra de Deus, teremos prazer nas Escrituras (Salmo 119:92) e, conforme descreveu certo escritor, adquiriremos “aquele grande sentimento de que estamos vivendo na esfera da segurança eterna”.
É real segurança eternal, pois Cristo morreu para que, por meio do nosso arrependimento e confiança nEle, possamos viver. Ora, esse é o verdadeiro significado do Natal e é a melhor notícia que já houve.
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com

Fonte: WND

Divulgação: www.juliosevero.com

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sem palavras, simplesmente Lindo

Pessoal boa tarde.
Não vou escrever muito, apenas deixo aqui agora este vídeo para voces.
Paz Na terra aos homens de Boa Vontade.
Que Deus Abençoe a todos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

TOKONOMA

Eu vim a este mundo para um julgamento, afim de que aqueles que não viam vejam, e aqueles que viam se tornem cegos (Jo 9,39)

Nas casas tradicionais do Japão, existe um lugar sagrado, especial. Em geral, ele fica na sala, onde são recebidas as visitas. Trata-se de um alvéolo, de um canto ou nicho, destinado a acolher o que a família possui de mais precioso: obras de arte, antigas armaduras de samurais, objetos exóticos, bonsais, estampas, estátuas, quadros... É o tokonoma. Mas, ao contrário do que imaginaríamos no Ocidente, o verdadeiro tokonoma é fechado por uma cortina de seda impenetrável, que nunca é aberta. Assim o essencial fica invisível aos olhos.

As visitas chegam, são recebidas com pompa e cortesia. Conduzidas diante do tokonoma, contemplam, sonham e deixam até, escapar alguma emoção, diante do tesouro que não se vê.

Ninguém retira a cortina para os hóspedes. A eles é oferecida uma das coisas mais expressivas que possa parecer: uma ausência. Ou mais exatamente, como diz meu caríssimo amigo Gilles Lapouge, com quem tenho percorrido esses décalos do invisível trata-se de uma presença manifestada por uma ausência. As obras de arte estão ali, abrigada pela seda, mas ficam para sempre desconhecidas, impenetráveis, inimagináveis.

Dizem que alguns tokonomas são pura invenção do dono da casa. Diante das visitas, ele faz todo um teatro de palavrório, reverências e sinais de espanto face à cortina de seda, quando na realidade, por detrás, não há nada. O alvéolo estaria desabitado. Alguns talvez se indignem com esta atitude considerada uma hipocrisia. Mas é um gigantesco engano. O mais fantástico dos tokonomas é o tokonoma vazio. Não há nenhuma malandragem ou prática enganosa nesse tipo de atitude, por parte de um verdadeiro anfitrião. Pelo contrário, quanto menos o objeto existe mais ele é. De ser pura ausência, ele satura tudo de uma presença absoluta. Por ser nada, ele soma tudo.

Isso choca-se de frente com roda a tradição Ocidental de exibir suas conquistas e maravilhas em museus, salões de arte, exposições ou páginas de internet. Ou, como nas mansões, nos carros e nas coleções individuais dos "emergentes", forma renovada de designar os parvenus ou nouveaux riches. Esses empórios de fausto e da conquista armazenam e exibem. Como as jóias penduradas nos pescoços das visitantes, presentes para verem e serem vistas, em sua grotesca materialidade. Algo parecido ocorre com a pantagruélica festa de consumo materialista que abocanha, a cada final de ano, o sentido profundo do Natal, e a qual conseguimos sobreviver, mais uma vez. Talvez por isso o verdadeiro Natal se torne mais presente e necessário na ausência neopagã dos presentes bem empacotados.

Enquanto o Japão fala que o real é invisível, ausente, intocável, inimaginável, leve e clandestino, nessas ocasiões e locais, O Ocidente pretende o contrário. Ele aponta a beleza de algo a ser acumulado, conquistado, comido, engolido e digerido, também com os olhos. Para nós, em nosso raciocínio simples e tosco, o que não está não existe. Gostamos de materialidade, cores, volumes, luzes, coisas bem pesadas, brilhantes, que valem o quanto pesam e que o dinheiro pode comprar. De alguma forma, recusamos que a beleza seja invisível.

Mas existe uma exceção gloriosa na história do Ocidente. Um dos objetos mais nobres de toda sua história e que nós nos preparamos para festejar em 2001; em Campinas: a hóstia consagrada, a carne sofredora de Deus. Ela segue a lei dos tokonomas japoneses. Reside no fundo de um tabernáculo, onde ninguém pode vê-la ou tocá-la. Em sua noite de Transcendência, ela responde às nossas Trevas de imanência. E, por isso, inclinamos as cabeças e fechamos os olhos no momento de sua elevação no altar. Sua luz cósmica, infinita e fulgurante nos cegaria. Muito além da fonte da missão e da vida solidária, das torres de Babel ilusórias que nossa pretensa solidariedade humana tenta recriar um tomo da ceia do Senhor, a beleza eucarística transborda do vazio, de um lugar que nunca poderá ser ocupado. A não ser pelo infinito, pois a beleza excede todo e qualquer objeto, ultrapassa qualquer forma, Sua ausência também cega os homens.

Quem experimenta, sabe. E o que dizem todos os místicos. No Carmelo de São Geraldo, as monjas carmelitas contemplativas transbordam de vida, na experiência do Vazio. Diante de uma placa de bronze, perdida em meio à relva de um cemitério, uma amiga, como tantos outros, contempla o esplendor do seu tokonoma, neste início de 2000. Quem reserva em sua vida um lugar para o Mistério, vive no extraordinário. Fora do delírio da onipotência ou da ilusão da onisciência. Dentro da poética convivência dos viventes. E disso nós temos provas, cotidianas, na riqueza dos caminhos indecifráveis de nossas vidas e de nossa igreja.


Evaristo Eduardo de Miranda.

CÂNON

Coisas interessantes que deveriamos saber sobre o CÂNON, escritura sagrada que todos conhecemos.

1) Quanto se define um cânon judaico.

É proposto que o cânon palestinense teria sido estabelecido em Jâmnia por volta dos 90-100 d. C. no período de Gamaliel II e Eleazar bem Azariah (80-117 d. C.), embora não há provas de que ali tenha se constituído uma lista definitiva, pois, não se conhece os livros que teriam sido excluídos em Jâmnia.
Oscilação do cânon entre os cristãos antes de Trento: Igreja Primitiva, Padres, Jerônimo, Concílios.
Os escritos do novo testamento mencionam a Lei, os Profetas e os Salmos, tem várias alusões aos deuterocanônicos e poucas ou nenhuma de alguns livros canônicos, além de algumas citações de apócrifos. A maioria das citações do período neotestametário eram oriundas da versão LXX, 300 de 350 mais precisamente, embora esta também reflete a ausência de um Cânon, os cristãos não tinham portanto diretrizes precisas sobre um cânon naquele período. Os Padres eram bastante familiarizados com os livros deuterocanônicos e também com algumas citações apócrifas como do livro de Henoc, depois da fixação do cânon pelos judeus a repercussão entre os cristãos será de ir em sentido contrário, nestas controvérsias afirmar-se-á a manutenção da LXX como integrante da Escritura.
Nos concílios de Hipona (393) e Cartago (397), a Igreja ocidental aceitou no cânon os livros deuterocanônicos rejeitados pelos judeus, as posições são oscilantes entre os concílios e sínodos até Florença (1441) aceitar o cânon mais amplo da Escritura, embora não se apresente como um cânon solene e normativo.

2) Cânon no século IV e V: unidade e variação.

Embora os Concílios de Cartago e Hipona tenham aceito os livros deuterocanônicos rejeitados pelos hebreus, alguns padres orientais e ocidentais optaram pelo cânon estabelecido pelos judeus como Atanásio, Cirilo de Jerusalém, Gregório Nazianzo, Rufino.

3) Critérios Utilizados para definir o Cânon no Concílio de Trento e no Concílio Vaticano II.

Somente Trento em 1946 definiu o cânon mais amplo do AT, sob os critérios da leitura litúrgica dos livros pela comunidade cristã e sua presença na versão Vulgata. A Igreja baseou-se no uso mais comum e universal dos livros pelos cristãos na história do cristianismo. O Vaticano II segue a linha do Vaticano I na manutenção do cânon estabelecido por Trento, identifica na Tradição o critério definitivo para a definição do cânon, utilizando três critérios: a inspiração pelo Espírito Santo, Deus por autor e os livros confiados por Deus à própria Igreja, a Tradição.

4) Lista do NT segundo Lutero: “verdadeiros, seguros, mais importantes dos livros do NT”, critérios utilizados por ele e posição de K. Barth.

Lutero apelava para o testemunho dado pela Escritura em Cristo e sua obra redentora, e com esta base distinguia diversos graus de autoridade entre os livros sagrados do NT. K. Barth afirma que a fixação do cânon, como regra de fé, é obra da Igreja por volta dos anos 400. Para os luteranos ouve uma contaminação do Evangelho puro pelos escritos mais recentes. Dever-se-ia encontrar dentro do NT, no cânon atual a “pureza do Evangelho”.

5) Distinção entre Sagrada Escritura e Tradição.
A teologia católica apresenta duas posições que vão um pouco além dos critérios de Trento:
P. Grelot – afirma que a constituição do cânon foi o primeiro ato solene do magistério da Igreja pós-apostólica, com relação ao depósito da Revelação que ela é chamada a guardar e conservar, isto significa não diminuí-la, nem modificá-la, nem ampliá-la, pois, de acordo com Grelot foi o mesmo Espírito que inspirou os autores sagrados e os apóstolos, bem como, assistiu a Igreja em sua infalibilidade na conservação e integridade do depósito da Revelação.
K. Rahner – para ele as Escrituras nascem como uma genuína auto-representação da Igreja apostólica, e somente elas, são por isso mesmo inspiradas e canônicas, ainda que o definitivo reconhecimento explícito de sua inspiração e canonicidade se verifique apenas mais tarde.

6) Diferença entre livro inspirado e livro canônico.

No novo testamento um texto é considerado canônico, portanto, pertencente à Sagrada Escritura quando deriva de um apóstolo exprimindo seu carisma e ministério com caráter normativo aos que se destina. Se alguns destes textos não foram ainda encontrados, seguindo os critérios de Trento, eles não podem integrar a Sagrada Escritura, pois, embora inspirados e, portanto, pertencentes à Tradição da Igreja não acrescentam nada de novo à Revelação já inspirada na Sagrada Escritura. Assim, toda a Sagrada pertence à Tradição da Igreja, pois, é oriunda do modus vivendi do povo cristão, mas nem tudo o que é Tradição nos tempos bíblicos pertence ao cânon das Escrituras.

7) A LXX é inspirada: segundo qual critério?

A LXX tornou-se a “Bíblia cristã em oposição a Bíblia hebraica nos primeiros séculos e teve sua inspiração afirmada por Justino, Irineu, Clemente Alexandrino, Cirilo de Jerusalém e Agostinho. No Oriente sua inspiração é afirmada até hoje. No Ocidente, embora seja a fonte da Vertus Latina, sua inspiração foi questionada, sobretudo, no século XX, autores como Benoit, Grelot e Le Déaut afirmam sua inspiração, Shökel opta pela canonicidade das partes citadas no NT, já Valério Mannucci diz que o problema é antes de tudo uma questão de crítica textual que deve ser resolvido por esta ciência em específico. Embora vale lembrar sempre que LXX não é uma mera tradução, mas revela uma evolução na interpretação dos textos hebraicos, o que remete a um questionamento se não haveria aí uma evolução da própria Revelação.

8) As Questões do Protocatolicismo no NT e do “Cânon no Cânon”

O termo foi cunhado pelo luterano Harnack, e designa os estágios iniciais do sacramentalismo e da hierarquia, dos ministros ordenados e do dogma, ou seja, o início das características do cristianismo católico. Para a Reforma o catolicismo havia tomado corpo apenas na Idade Média, mas Bultmann afirma no século XX que sua origem remonta já ao NT, que haveria na descrição da organização da Igreja nas cartas pastorais e nos AT uma organização tipicamente protocatólica.
Segundo os luteranos ouve uma contaminação do “Evangelho puro” pelos escritos mais recentes, o que implica na necessidade de reencontrar dentro do cânon atual, a “pureza evangélica”, neste aspecto as opiniões são diversificadas e a decisão fica remetida aos critérios marcados pelo subjetivismo da Reforma.

VERDADE DA BÍBLIA.

1) Por que verdade e não inerrância bíblica?

A terminologia inerrância é pré-conciliar e se refere a uma forma de compreender o texto bíblico como sendo um “ditado de Deus” e, portanto, isento de qualquer tipo de erro. Entretanto, as incoerências e erros são vários nos textos bíblicos, mas não é na “letra dos textos” que está a verdade da Bíblia e sim, na Palavra de Deus que pela inspiração fala nas palavras humanas.

2) A verdade Bíblica em S. Justino, Sto. Agostinho e S. Tomás de Aquino.

S. Justino – não concebia que as Escrituras pudessem opor-se entre si, preferia confessar que não as compreendia do que admitir uma possível contradição, ele procurava persuadir a todos que não era possível uma contradição na Bíblia.
S. Agostinho – da mesma forma concebia que nas Escrituras não havia nada contrário a verdade de Deus. Para ele Deus queria antes de tudo cristãos e não cientistas, Deus falava pelos autores sagrados e não quis ensinar nada aos homens que não fosse para sua salvação.
S. Tomás – para ele a verdade da Escritura é uma questão de direito, pois, deriva do conhecimento profético dos autores que foram beneficiados, o dado da fé da verdade na Escritura deve ser objeto de exame crítico, ou seja, quando a Escritura permitir interpretações diversas, a razão deve mostrar o caminho a ser seguido.

Devido a ausência de conhecimentos científicos mais elaborados, os padres recorriam geralmente à interpretação alegórica da Bíblia.

3) Verdade Bíblica nas encíclicas Providentissimus Deus, Divino Afflante Spiritu e no Concílio Vaticano II.

Providentissimus Deus – a inspiração divina é incomparável com qualquer erro, é totalmente ilícito conceder que a inspiração se restrinja a algumas partes da Escritura ou mesmo que um autor sagrado tenha errado.
Divino Afflante Spiritu – repete a mesma perspectiva, contudo, dá um passo além admitindo que quando há algum tipo de inexatidão ou erro histórico na Escritura deve-se aos modos usuais e nativos de dizer e narrar que os antigos costumavam usar em sua convivência humana. Ela admite pela primeira vez uma variedade no gênero literário histórico e convida os exegetas a um amplo e correto uso dos gêneros literários para resolver o problema da variedade bíblica nas narrações históricas.
Concílio Vaticano II – o número 11 da constituição Dei Verbum, afirma que tudo o que é afirmado pelos autores bíblicos e hagiógrafos se deve ter como afirmado pelo Espírito Santo. Em contraponto a tradição pré-conciliar, o Vaticano II concebe a verdade da Bíblia como “verdade de Salvação”, ou seja, Deus se revela nas Escrituras em vista da nossa salvação, este é o princípio formal segundo o qual se deve julgar o que Deus quer comunicar e o que o hagiógrafo quis exprimir.

4) Objeto formal da revelação e da verdade Bíblica (P. Grelot), os gêneros literários, o progresso da Revelação e a verdade das afirmações bíblicas: ponto de vista moral e ponto de vista dogmático.

Segundo Grelot, quanto a metafísica a Bíblia não tem nada a dizer, pois, não pretende emitir uma explicação racional das coisas, apenas ratifica os dados racionais obscurecidos relacionando-os com o desígnio salvífico. Do mesmo modo, a Bíblia não trás instruções sobre a realidade física das coisas. Já no âmbito histórico os autores bíblicos experimentam a história como um “mistério”, consideram os acontecimentos históricos sob o ponto de vista da relação do homem com Deus, como atos de Deus no tempo. Isto porque a Revelação nas Escrituras não se apresenta na forma de verdades abstratas, mas como um fato histórico encarnado, Cristo.
De acordo com a Divino Afflante Spiritu, o exegeta deve através dos gêneros literários, buscar o sentido que o hagiógrafo segundo as condições de seu tempo e sua cultura pretendeu exprimir em seu texto usando gêneros literários próprios.
Ponto de vista dogmático – uma vez que nenhum texto do AT apresenta uma doutrina dogmática elaborada e completa, é necessário relê-los a partir de Cristo.
Ponto de vista moral – a revelação da lei de perfeição só veio com Cristo e o Espírito Santo. Contudo, o antigo testamento apresenta o relato de alguns problemas morais concretos como: o costume de herém do interdito sobre as cidades inimigas de Israel (Js 6-8; 10,28; 11,20), a matança do monte Carmelo (1Rs 18) e a discussão em torno da lei de talião superada somente por Jesus Cristo que revela um Deus que é amor, cuja ação é a misericórdia, e a justiça definitiva acontece apenas no Reino escatológico.

INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA.

Aqui estão algumas perguntas relacionadas a Inspiração da Bíblia para os Leitores.
Boa Leitura.

1) O Espírito de Deus na inspiração e suas formas.
O Espírito Santo é uma ação real de Deus presente na história, porém, invisível aos olhos do homem, o Espírito é a entrada de Deus na história que faz o povo reencontrar a esperança, reviver, voltar a sua base, Ele torna o homem capaz de ser, agir e falar de uma novidade absoluta. É o Espírito que “pairou sobre as águas” no Gênesis (Gn 1, 2), que soprou na libertação do povo (Ex 15, 10), que soprou em pentecostes (At 2) e edificou a Igreja em uma comunhão de fé e de amor, abrindo o mundo à Salvação. A inspiração se refere a um Espírito que é a presença e ação de Deus, que permeia todo o mundo da história e da revelação bíblico-cristã, agindo em eventos e palavras. O Espírito “faz agir” conduzindo Moisés a tirar o povo do deserto e “faz falar” (Ez 11, 5), na inspiração dos profetas. O Espírito guia a ação missionária como em (At 8, 29-39) e estabelece pastores para a Igreja de Cristo (At 21-28). Os eventos e as palavras em que o Espírito de Deus se revela estão intimamente ligados e reunidos na Revelação bíblica. Na Sagrada Escritura se dá a íntima relação entre o Espírito de Deus e a Palavra de Deus.

2) Comentar a inspiração segundo: 2Pe 1,16-21 e 2Tm 3,14-17.
A inspiração divina do Espírito, em ambos os textos, apresenta-se como estando presente na história de um homem, ou seja, do autor textual. Ambos os textos deixam que a Palavra pronunciada na Escritura, é de “conteúdo” divino, ou seja, inspirado, contudo, sua “forma” histórica é a linguagem humana. Pedro deixa claro que foram “os homens que falaram da parte de Deus”, embora a profecia narrada seja de “conteúdo divino”. A inspiração (presença) do Espírito de Deus na Escritura encontra-se “mergulhada” na história humana, fala e age em seus elementos, na sua tradição, como nos fala Timóteo: “permanece firme naquilo que aprendeste e de que estás convencido”. A inspiração do Espírito Santo não pode, portanto, ser apreendida em “estado puro”, em si, mas somente ser pela fé percebida e sentida nas palavras e nas ações da comunidade de fé, da qual e para qual o texto bíblico é narração. Na Bíblia, as palavras humanas contém a Palavra de Deus, e é somente por elas e nelas que Ele se manifesta.

3) A inspiração segundo o Concílio Vaticano II: autor divino e humano, instrumento humano.
O Concílio Vaticano II trás esta questão na Dei Verbum, nela conserva a categoria de autor aplicada a Deus e a idéia de instrumentalidade aos autores sagrados. Contudo, não chama aos hagiógrafos de instrumentos, mas de verdadeiros autores. Assim, segundo o Concílio a inspiração não elimina nem substitui a plena, livre e consciente atividade do autor humano, o que derruba definitivamente a perspectiva que entendia a Sagrada Escritura como um “ditado de Deus” ao autor inspirado.

4) Inspiração do autor ou da obra?
Os livros da Bíblia não foram escritos por uma anônima coletividade, mas por indivíduos que integravam uma comunidade de fé. O autor bíblico é condicionado pela força social da língua de sua comunidade, ele adapta-se às necessidades desta comunidade, age sobre ela, e reflete em seu texto o “sensus fidei” da comunidade. Para Schökel, deve haver um equilíbrio entre os escritores sagrados e a obra literária, é preciso cuidar as estreitezas do psicologismo e do fisiologismo, o enfoque não deve ser dado nem no âmbito psicológico, tampouco somente literário, pois, ambos constituem um mesmo processo que parte de uma experiência vital até chegar à intuição da obra literária a ser produzida literaria e criativamente na linguagem humana.

5) A sagrada escritura é a Palavra de Deus ou somente contém a Palavra de Deus? Explique.
Para responder a esta questão a constituição dogmática do Concílio Vaticano II Dei Verbum, nos trás a compreensão mais clara desta relação: “as Sagradas Escrituras contém a Palavra de Deus, e, pelo fato de serem inspiradas são verdadeiramente a Palavra de Deus” (DV. 24). Embora na Bíblia ela não nos seja oferecida diretamente, uma vez que está por vontade do próprio Deus submetida a contingência da linguagem humana, ela é seu testemunho mais fiel, não pode dizer todo o mistério, mas nos disse o que um homem podia nos dizer (Agostinho), mesmo a Bíblia contendo a Palavra de Deus, o acesso imediato a Ela é somente o Logos de Deus, Jesus Cristo.

TEXTO DA BÍBLIA E CRÍTICA TEXTUAL

Boa noite pessoal, a paz do senhor A todos.
Depois de longo tempo afastado, consegui novamente publicar material no blog.
Este material é de minha cadeira de Introdução a Bíblia no Seminário Paulo VI. É o inicio de alguns outros materiais que publicarei, e fala da introdução de exegese e Hermeneutica, de como devemos começar a entender as escrituras sagradas.
Boa Leitura a todos.

CRITICA TEXTUAL

1) Quatro regras básicas para crítica textual.
        1. A leitura mais difícil: onde apresenta mais chance de ser original.
        2. A leitura mais breve: onde no curso da transmissão de um texto, produz-se uma tendência a ampliação do texto ou a repetição de passagens paralelas.
        3. A leitura que explica a origem das demais: onde é preferível estas.
        4. A leitura que difere dos seus paralelos: onde é a leitura que difere de seus paralelos e as que mostram sinais de assimilação a estes.

2) Crítica externa: Atitudes a evitar e regras a seguir.
1. ATITUDES A EVITAR.
        1. Dar a última palavra à autoridade dos autores.
        2. Última palavra ao número de manuscritos.
        3. Última palavra à antiguidade.
2. REGRAS A SEGUIR.
        1. A leitura mais garantida é a mais antiga.
        2. O número maior ou menor de manuscritos que reproduzem uma determinada leitura.
        3. A maior ou menor difusão geográfica do manuscrito.
        4. A documentação mais ou menos precisa no tocante à data, origem, caráter e filiação genealógica.
        5. Coligações de diversas variantes do texto.

3) Crítica Interna: princípios e três critérios básicos.
1. PRICÍPIOS.
        1. A maior adequação de uma leitura ao estilo literário e as tendencias teológicas do autor e de sua obra.
        2. A maior adequação da leitura ao grego Koiné, em contraposição ao grego ático.
        3. Maior adequação às formas de expressão semíticas.
        4. O menor grau de adequação ao contexto ou de harmonização com passagens paralelas do NT ou com citações e passagens do AT.
        5. A leitura que explica as diferenças variantes e a que se deve escolher.
2. OS TRES CRITÉRIOS BÁSICOS.
        1. È preferível aquela leitura que explica a origens das demais.
        2. É preferível a leitura mais difícil.
        3. É preferível a leitura mais breve.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Amor não correspondido: evangélicos e judeus

Dr. Stuart Schwartz

Quem teria pensado que a maior arma no combate à crescente onda de antissemitismo nos Estados Unidos de Obama se encontraria nestas palavras: “Jesus me ama! Disto eu sei, pois é o que a Bíblia me diz.”
Os filhos dos cristãos evangélicos cantam este hino em escolas bíblicas de todo o país, refletindo a crença em uma vida vivida de acordo com a vontade de Deus, tal qual revelada na Bíblia. Nada de relativismo moral aqui: de um lado, uma existência que honre a Deus; do outro, o pecado e a rebeldia. Certo e errado — simples assim. E é esta visão bíblica do mundo que embasa o apoio inabalável dos cristãos evangélicos a Israel e ao Judaísmo. Como o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu observou, Israel e os judeus “não têm maiores amigos e aliados” do que a comunidade de 70 milhões de cristãos evangélicos dos Estados Unidos — amigos melhores, na verdade, do que boa parte da comunidade judaica americana.
Sua visão de mundo — influenciada pelos valores judaico-cristãos que embasam as Escrituras — sempre tem levado os evangélicos à conclusão de que a obra-em-curso conhecida como Israel merece apoio, em uma região do mundo onde brutalidade, terrorismo, e desprezo às mulheres são o status quo. Enfatizando o valor individual e uma vida correta, os israelenses possuem uma clareza moral que lhes permitiu construir uma democracia que está em sexto lugar entre 35 países democráticos no que diz respeito à justiça, próximo aos Estados Unidos. Os evangélicos americanos reconhecem isso, parcialmente contrabalançando o apoio suicida que uma parte significativa da comunidade judaica dá ao Partido Democrata, que se alia com aqueles que desejam eliminar os judeus, tanto estrangeiros quanto domésticos. Uma medida do poder desse apoio é o trabalho a que os esquerdistas têm se dado, diz Ed Lasky, daAmerican Thinker, para criar uma cisão entre os evangélicos e Israel.
O Cristianismo continua a pôr de lado uma longa história de antissemitismo, para se investir do que os evangélicos, cada vez mais influentes, veem como uma perspectiva divina do povo judeu. O manual de teologia evangélica mais popular em voga é bastante direto em sua instrução aos crentes: reverenciar e respeitar o lugar especial dos judeus, do Judaísmo e de Israel no plano de Deus para a humanidade. Zev Chafets, politico israelense e ex-colunista do New York Daily News, chama a aliança judaico-evangélica de “um casamento feito no céu.” O Dr. Randall Price, líder do prestigioso instituto de estudos judaicos da Liberty University (universidade evangélica), tem uma relação de 30 anos com Israel, baseada na ordem para “amar a Deus, amar Israel e amar os judeus” dada pelas Escrituras.
Essa abordagem de base bíblica produziu um forte apoio evangélico. O turismo cristão manteve vivo o setor de turismo Israelense, enquanto os judeus o evitavam. O Ministério do Turismo israelense informa que 1.8 milhões dos 3 milhões de visitantes do ano passado eram cristãos, totalizando um aumento de 40% nos últimos oito anos, entre os cristãos dos Estados Unidos.
Os evangélicos são dramaticamente mais simpáticos a Israel do que os quase seis milhões de judeus americanos que, de acordo com a Pesquisa Populacional Judaica Nacional, se identificam como judeus reformados e/ou seculares, muitos dos quais são hostis, tanto a Israel quanto ao Judaísmo de base bíblica. Eles rejeitam Deus em favor da “nacionalidade.” Como Dennis Prager, o colunista e apresentador de talk show que se descreve como um judeu que honra a Bíblia observa, "a religião deles raramente é o Judaísmo.” Ao invés disso, “é todos os ‘ismos’ da esquerda. Eles incluem liberalismo, socialismo, feminismo, marxismo e ambientalismo.” 
Resultado: Deus se tornou o inimigo de um número significativo de judeus americanos e os inimigos de Deus, seus aliados. O destacado erudito James Q. Wilson, ex-professor de Harvard que ganhou a Medalha Presidencial da Liberdade pela “clareza moral” de sua erudição, apontou que, na verdade, Deus está de permeio, entre a metade progressista e mais visível da comunidade judaica americana e os evangélicos. Os evangélicos olham as Escrituras como um guia para uma existência moral, enquanto que os judeus progressistas são radicais ordinários que veem Deus como um mito opressivo.
Ele prossegue: Depois que “as ideias do marxismo sobre o proletariado comprovaram ser falsas e o capitalismo provou ser o melhor meio de se alcançar a abundância econômica,” a esquerda substituiu “o proletariado” com “o oprimido” como seu “objeto de afeição.” Para a esquerda judaica, “Israel apenas substituiu John D. Rockefeller no topo de sua lista (de inimigos)”. Esses judeus são parte de uma fervorosa esquerda para a qual faz sentido que os cristãos evangélicos apoiem Israel, pois ambos reforçam o terrorismo com sua opressão aos “indefesos.” O caso em questão: o judeu furiosamente marxista e antissemita Dr. David Boyarin, um professor de Talmude (comentários tradicionais à bíblia judaica) na Universidade da Califórnia, em Berkeley, que afirma que a mais alta forma de judaísmo é a destruição de Israel e que a composição da raça judaica — se deixada crescer — resultará na opressão dos outros por parte dos judeus.
Os judeus americanos precisam repensar as alianças. O colunista e comentarista da Fox News Charles Krauthammer alerta a comunidade judaica de que “é um sinal da desorientação de um povo aflito e confuso que nós devamos achar tão difícil distinguir nossos amigos de nossos inimigos.” Ele bem pode ter tido em mente os comentários do rabino Eric Yoffie, que dirige a maior e mais amplamente secular afiliada do judaísmo americano (e que menos apoia Israel). Yoffie comparou líderes evangélicos como o falecido Dr. Jerry Falwell a Hitler. Entretanto, de acordo com Yechiel Eckstein, o rabino ortodoxo que dirige a Associação Internacional de Cristãos e Judeus, Falwell teve uma longa e intensa relação de amor com Israel e o Judaísmo, baseada em valores bíblicos comuns — em outras palavras, porque foi o que a Bíblia lhe ensinou. Outro judeu americano progressista, o líder de uma das maiores organizações judaicas nos Estados Unidos, a Liga Anti-Difamação, recentemente “declarou guerra contra os cristãos conservadores.” Os judeus progressistas têm demonstrado que, na ausência da fé no Deus das Escrituras e de uma visão de mundo baseada na Bíblia, os judeus americanos tendem à hostilidade contra Israel e à moralidade inspirada por Deus que define o judaísmo centrado na Bíblia (veja “Pensamento Progressista Judaico e o Novo Antissemitismo”). Na verdade, como o pensador americano Richard Baehr coloca, muitos já estão “trabalhando para o inimigo.”
Rodney Stark, o sociólogo educado em Berkeley que fez grande carreira explodindo o dogma das esquerdistas Elites do Conhecimento (o título de seu recente e altamente louvado estudo dos efeitos do Cristianismo sobre a cultura dá uma ideia de sua abordagem, “The Victory of Reason: How Christianity Led to Freedom, Capitalism, and Western Success” [A Vitória da Razão: Como o Cristianismo levou à Liberdade, ao Capitalismo e ao Sucesso Ocidental]), usa um estudo para mostrar que os “judeus irreligiosos” compõem uma parcela significativa das elites altamente educadas que estão abertas às religiões da Nova Era e a movimentos cúlticos. Os judeus irreligiosos afluem a movimentos semirreligiosos, tanto políticos quanto sociais, porque eles “carecem de uma ancoragem (na) fé convencional” das tradições judaico-cristãs. Em outras palavras, eles estão espiritualmente desnutridos.
Como Pogo, o personagem dos quadrinhos, (e gambá não sectário), famosamente disse, "Nós encontramos o inimigo e ele é a gente." Sem referências bíblicas, os judeus progressistas americanos se enfiaram em uma cena autodestrutiva de bar saída de Jornada nas Estrelas, um boteco Mos Eisley de liberais típicos, acadêmicos marxistas, e elites políticas e midiáticas abrindo o caminho a rosnadas rumo a sua aniquilação.
Talvez seja a hora de a outra metade mostrar sua cara. A parte menos visível da comunidade judaica americana teria, nos evangélicos, aliados fiéis, a exemplo de Israel, apoiando, juntamente com eles, as tradições judaico-cristãs e uma nação de Israel que tem sempre demonstrado moralidade e moderação para com aqueles que buscam destruí-la.
O que seria necessário? O primeiro passo para a comunidade judaica americana é adotar o slogan que surgiu de suas tradições bíblicas, servindo de fundação para o apoio cristão aos judeus e Israel: "Em Deus confiamos."
O Dr. Stuart H. Schwartz é ex-executivo na área de jornalismo e de vendas. Atualmente estuda na Liberty University, em Lynchburg, Virginia.

Tradução de Larry Martins, da equipe do blog DEXTRA, feita por recomendação e a pedido de Julio Severo

Texto original: The American Thinker
Divulgação: www.juliosevero.com

terça-feira, 31 de agosto de 2010

O sorriso de Maquiavel

R. B. Marques
Cristão, neurocientista, educador, psicanalista clínico

A notícia veiculada no Estadão sobre o manifesto de Dilma, candidata do PT à presidência da República, para "acalmar o povo de Deus", exige de nós reflexão e posicionamento.

Observem como Dilma faz promessas aos cristãos, promessas que, obviamente, não pretende cumprir. A prova é que as mesmas vão de encontro ao Plano de Governo dela e do PT, vão de encontro às propostas clássicas imorais e anticristãs defendidas pelo PT (a quem ela serve), vão de encontro ao PNDH que ela e Lula promoveram, e assim por diante.

Serra tem feito mais ou menos o mesmo. Contudo, embora também não confie nele e não o queira como presidente, Serra ainda não tem sua imagem tão associada a ideologias por demais perigosas para os cristãos. Mesmo assim, não o imagino liderando a nação, assim como não confio mais em Lula, em quem votei e até defendi por algum tempo.

Só quem é ignorante ou tem memória curta ignora que, na História antiga e recente, uma estratégia muito conhecida (e eficiente) de se chegar legitimamente ao poder é fazer acordos com adversários ideológicos, prometendo, em troca de apoio ou mesmo de silêncio, não persegui-los, não lhes criar problemas, etc. No entanto, depois de eleito democraticamente, o maquiavélico que fez o acordo descumpre-o, num ato golpista.

Não quero comparar, jamais, Dilma, ou quem quer que seja, a Hitler. Contudo, precisamos ser inteligentes para aprendermos a desconfiar de acordos e promessas de campanha, percebendo, inclusive, que déspotas malignos como Hitler chegaram ao poder através do voto, negociando com adversários, fazendo acordos e promessas. Uma vez no poder, manipulou informações, forjou evidências, distorceu acontecimentos e, assim, conseguiu eliminar, jeitosa mas violentamente, todos os adversários; instalou uma perseguição feroz (inicialmente bem camuflada) a qualquer voz que enfrentasse sua ideologia e de seu partido; colocou amigos contra amigos, vizinhos contra vizinhos, filhos contra pais, estimulando a denúncia, gerando um cenário em que as pessoas se vingavam de seus desafetos denunciando-os falsamente ao Estado, acusando-os de crimes que jamais cometeram; e, claro, conquistou o apoio das massas oferecendo, a um povo sofrido com a 1ª guerra, emprego, retomada do crescimento, prosperidade, esperança, honra... Com isso, todo mundo passou a confiar no que quer que ele dissesse ou fizesse. Nos bastidores, porém, instalava-se um Estado fortemente ideológico, de controle social, que criminalizou a opinião, perseguiu os desafetos, matou os que o ameaçavam... 

É evidente, porém, que qualquer semelhança é mera coindicência. Não obstante, não nos custa sermos mais desconfiados.

Entre tantas outras aberrações ideológicas, o PT, e a própria Dilma, têm histórico de apoio a ditaduras, a censura de imprensa (somente quando esta os critica), a anular a anistia (somente do lado dos que se opuseram às tentativas de golpe comunista armado), ao aborto amplo e irrestrito, à promoção da libertinagem sexual, à indução ao homossexualismo, à perseguição à ala de cristãos que ousam manter-se fiéis ao que Deus ensina nas Escrituras, e tanto mais. 

Agora, temos o controle estatal chegando aos lares, usando, como sempre, algo bom — que é proteger as crianças e adolescentes de abusos e violência — para implantar algo mau — que é intervir na educação dos filhos e proibir pais de dar simples palmadas nos filhos, ameaçando-os de prisão por fazerem algo que a Bíblia recomenda, sem considerar as ressalvas e os contextos.

Apesar de acontecer num país que se pensa democrático, apenas porque votamos e — ainda — damos nossas opiniões nas rodas de amigos, a verdade é que se trata de um típico aparelhamento de controle ideológico e de comportamento somente visto em ditaduras grotescas do nível do nazismo, do stalinismo e do maoísmo, assim como em ditaduras capitalistas veladas. 

O interesse, é claro, não é impedir a palmada, mas sim usar argumentos como esse para calar e tirar do caminho aqueles que, por convicção intelectual e espiritual, podem ameaçar esse tipo de ditadura: os cristãos, que, historicamente, são os guardiões das liberdades. (Observação: favor não confundir cristãos com as religiões institucionalizadas, que em muito se assemelharam às piores ditaduras comunistas e fascistas). 

Especialistas já alertam: além de uma palmadinha não fazer mal nenhum (o que é diferente de espancamentos, por exemplo, que já eram denunciados e tratados dentro das leis já vigentes), com a "lei da palmada" surgirá um clima inadministrável, em que pessoas se sentirão tentadas a prejudicar outras de quem elas não gostam por algum motivo, apenas denunciando-as ao poder público. Imagine o Conselho Tutelar invadindo sua casa e tomando a guarda de seus filhos, e você sendo preso e processado, só porque uma vizinha sua, que zangou-se com sua recusa em cortar a árvore que derruba folhas no quintal dela, lhe denunciou por "violência doméstica"... Uma outra pessoa da rua pode até testemunhar contra você, apenas por ter ouvido, por exemplo, um filho seu chorar, um dia, e entendeu que você agride suas crianças...

É de assustar como autoridades por nós eleitas para nos representar, e sustentadas com nosso dinheiro, podem chegar a esse nível de estupidez; pior, é de assustar como tantas pessoas tidas como "inteligentes", inclusive alguns profissionais da mente e da saúde, chegam ao ponto de apoiar uma lei absurda como essa; e mais grave ainda é observar como uma população inteira parece ignorar o perigo de se fazer de cega, surda e muda diante da escalada crescente de estratégias de controle social que nos tornarão, a todos, reféns dos interesses específicos de um grupo.

Entretanto, como diz o livro de Eclesiastes: "nada de novo sob o sol". Estratégias como essas aqui mencionadas, de conquista astuta e ardilosa do poder, e consequente controle ideológico de todo um povo, já constavam dos escritos e conselhos do renascentista Maquiavel — embora alguns digam que ele fora "mal interpretado". Mas, se Maquiavel realmente pensou desse modo, fico imaginando-o se estivesse vendo o que hoje fazem tantos políticos - parece até que o ouço maliciosamente sorrindo...

Tudo bem, sei que me exponho em escrever sobre esse assunto, ainda mais nesse tom. Exponho-me, inclusive, ao risco de ser tido como paranóico, tratado como adepto da teoria da conspiração. Mas a questão é, gostemos ou não, que os fatos estão aí, e merecem, no mínimo, ser objeto de alerta e reflexão, antes que cada um tome sua decisão.

Fica aqui um pedido: em vez de apenas votar — ou não votar —, ore pelos candidatos. Ore por Dilma e pelo acordo que alguns evangélicos pensam que lhes assegurará alguma coisa. Ore por Lula, pelo governo deste país. Ore para que o contato com cristãos, interesseiro ou não, sirva como porta de entrada do verdadeiro evangelho no coração dos candidatos, especialmente Dilma e Serra, que estão firmando estes acordos. Ore para que o Espírito de Deus revele-se a eles, e o levem aos pés de Cristo Jesus.

Encerro recordando que, sabemos bem, perseguir e tentar calar os cristãos lembra-nos de perto o cumprimento de profecias bíblicas bastante claras que caracterizam a chegada dos últimos tempos. Sem esquecer que, junto, vem a tentativa de desacreditar as Escrituras, de colocar a opinião pública contra a Palavra de Deus, e até de forçar os cristãos a terem de escolher entre algumas leis de um país insano, e as leis de Deus reveladas na Bíblia. Esse é o cenário ideal que precede o advento do Anticristo, e estamos assistindo, com nossos próprios olhos, os passos sutis, porém cada vez mais expostos e ousados, do doutrinamento mental da sociedade, necessário à construção desse cenário.

A pergunta é: você está preparado para o que vem por aí?

Fonte: www.juliosevero.com

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Os pensadores - Michel Foucault



Michel Foucault (Pronúncia francesa:AFI: [miʃɛl fuko]); Poitiers, 15 de outubro de 1926 — Paris, 25 de junho de 1984) foi um importante filósofo e professor da cátedra de História dos Sistemas de Pensamento no Collège de France desde 1970 a 1984. Todo o seu trabalho foi desenvolvido em uma arqueologia do saber filosófico, da experiência literária e da análise do discurso. Seu trabalho também se concentrou sobre a relação entre poder e governamentalidade, e das práticas de subjetivação.

Em 1954, Foucault publicou seu primeiro livro, a "Doença mental e personalidade", um trabalho encomendado por Althusser. Rapidamente se tornou evidente que ele não estava interessado em uma carreira de professor, de modo que empreendeu um longo exílio da França. Porém, no mesmo ano, ele aceitou uma posição na Universidade de Uppsala, na Suécia como professor e conselheiro cultural, uma posição que foi arranjada para ele por George Dumézil, que mais tarde se tornou um amigo e mentor. Em 1958, ele saiu da Suécia para Varsóvia.

Foucault voltou à França, em 1960, para concluir a sua tese e uma posição em filosofia na Universidade de Clermont-Ferrand, a convite de Jules Vuillemin, diretor do departamento de filosofia. Foi colega de Michel Serres. Em 1961, doutorou-se com a tradução e uma introdução com notas sobre "Antropologia do ponto de vista pragmático", de Kant orientado por Jean Hyppolite. Sua tese intitulada "História da loucura na idade clássica", foi orientada por Georges Canguilhem . Filho de um médico, ele estava interessado na epistemologia da Medicina e publica nesta área, "Nascimento da clínica: uma arqueologia do saber médico", "Raymond Roussel", além de uma reedição de seu livro de 1954 (no âmbito de um novo título, "Doença e psicologia mental".

Na sequência da atribuição de Defert para a Tunísia, para o período de serviço militar, Foucault se mudou para lá também e tomou uma posição na Universidade de Túnis, em 1965. Em janeiro, ele foi nomeado para a Comissão para a reforma das universidades estabelecido pelo Ministro da Educação da época, Christian Fouchet, no entanto, um inquérito sobre a sua privacidade é apontado por alguns estudiosos como a causa de sua não-nomeação.

Em 1966 ele publicou As Palavras e as Coisas, que tem um enorme sucesso imediato. Ao mesmo tempo, a popularidade do estruturalismo está em seu auge, e Foucault rapidamente é agrupado com estudiosos e filósofos como Jacques Derrida, Claude Lévi-Strauss e Roland Barthes, então visto como a nova onda de pensadores contrários ao existencialismo desempenhado por Jean-Paul Sartre. Inúmeras discussões e entrevistas envolvendo Foucault são então colocadas em oposição ao humanismo e ao existencialismo, pelo estudo dos sistemas e estruturas. Foucault, logo se cansou do o rótulo de "estruturalista". O ano de 1966 é uma emoção sem igual na área de humanas: Lacan, Lévi-Strauss, Benveniste, Genette, Greimas, Dubrovsky, Todorov e Barthes publicam algumas das suas obras mais importantes.

Foucault ainda está em Túnis, durante os acontecimentos de maio de 1968, onde ele estava profundamente envolvido com a revolta estudantil na Tunísia, no mesmo ano. No outono de 1968, ele retornou à França e publicou "A arqueologia do saber", como uma resposta a seus críticos, em 1969.

Temas

Foucault é amplamente conhecido por suas críticas às instituições sociais, especialmente a psiquiatria, a medicina, as prisões, e por suas idéias e da evolução da história da sexualidade, as suas teorias gerais relativas à energia e à complexa relação entre poder e conhecimento, bem como para estudar a expressão do discurso em relação à história do pensamento ocidental, e têm sido amplamente discutido, a imagem da "morte do homem" anunciada em "As Palavras e Coisas", ou a idéia de subjetivação, reativado no interesse próprio de uma forma ainda problemática para a filosofia clássica do sujeito. Parece então que mais do que em análises da "identidade", por definição, estáticas e objetivada, Foucault centra-se na "vida" e nos diferentes processos de subjetivação.

Filiação Filosófica

Se seu trabalho é muitas vezes descrito como pós-moderno ou pós-estruturalista, por comentadores e críticos contemporâneos, ele foi mais frequentemente associado com o movimento estruturalista, especialmente nos primeiros anos após a publicação de "As Palavras e as Coisas". Inicialmente aceitou a filiação, posteriormente, ele marcou a sua distância à abordagem estruturalista, explicando que ao contrário desta última, não tinha adaptado uma abordagem formalista. Ele aceitou não ver o rótulo de pós-modernista aplicado ao seu trabalho, dizendo que preferia discutir como a definição de "modernidade" em si. Sua filiação intelectual pode estar relacionada ao modo como ele próprio definiu as funções do intelectual não garante certos valores, mas em questão de ver e dizer, seguindo um modelo de resposta intuitiva para o "intolerável .

As teorias sobre o saber, o poder e o sujeito romperam com as concepções modernas destes termos, motivo pelo qual é considerado por certos autores, contrariando a própria opinião de si mesmo, um pós-moderno. Os primeiros trabalhos (História da Loucura, O Nascimento da Clínica, As Palavras e as Coisas, A Arqueologia do Saber) seguem uma linha pós-estruturalista, o que não impede que seja considerado geralmente como um estruturalista devido a obras posteriores como Vigiar e Punir e A História da Sexualidade. Além desses livros, são publicadas hoje em dia transcrições de seus cursos realizados no Collège de France e inúmeras entrevistas, que auxiliam na introdução ao pensamento deste autor.

Michel Foucault é mais conhecido por ter destacado as formas de certas práticas das intituições em relação aos indivíduos. Ele destacou a grande semelhança nos modos de tratamento dado ou infligidos aos grandes grupos de indivíduos que constituem os limites do grupo social: os loucos, prisioneiros, alguns grupos de estrangeiros, soldados e crianças. Ele acredita que, em última análise, eles têm em comum a ser vistos com desconfiança e excluídos por uma regra em confinamento em instalações seguras, especializada, construída e organizada em modelos semelhantes (asilos, presídios, quartéis, escolas), inspirado no modelo monástico o que ele chamou de "instituição disciplinar".

História da Loucura

Michel Foucault procurou, na grande maioria das suas obras, abordar problemas concretos como a insanidade (, a prisão, a clínica ...); em um contexto muito específico geográfica e históricamente (a França, na Europa ou no Ocidente); (idade do clássica, do século XVIII, ou na grécia antiga, etc.). No entanto, suas observações ajudam a identificar os conceitos superiores a esses limites no tempo e no espaço. Elas conservam, assim, uma grande abrangência, tantos intelectuais - em uma variedade de áreas. Estuda a transferência, por exemplo, das técnicas de punição penal no final do século XVIII, sugerindo o surgimento de uma nova forma de subjetividade constituída pelo governo

Biopoder. Essa perspectiva histórica não tem mal. A Ontologia de Foucault é uma experiência, a prudência, um exercício sobre as paragens do nosso presente, o teste de nossos limites, o paciente como "a nossa impaciência pela liberdade", o que explica seu interesse foi o tema da relação entre o poder institucional e individual -, bem como alguma idéia de subjetivação. Esta Constituição estabelece o poder do conhecimento e, é por sua vez, fundada por eles: o conceito de "poder do conhecimento".

"Não há relação de poder sem constituição correlativa de um campo de conhecimento, ou que não pressupõe e constitui, ao mesmo tempo relações de poder ... Estes relatórios de "poder-saber" não estão a ser analisados a partir de um conhecimento sobre o que seria livre ou não do sistema de poder, mas em vez disso, devemos considerar que o sujeito sabe, os objetos são como os efeitos dessas implicações fundamentais do poder-saber ... "

Em defesa da sociedade

Nesta ontologia simultaneamente genealógicos e arqueológicos de revisão, o trabalho sobre problemas muito específicos são inseparáveis dos da "formações discursivas" (As palavras e as Coisas, A Arqueologia do Conhecimento e A Ordem dos discursos), como o significado de racismo, além de seus significados particularizados, é inseparável do advento das ciências humanas - que nos diz: "Temos de defender a sociedade" (1975-1976) [13 ].

O lema da Ordem do discurso - "Desafiando o nosso compromisso com a verdade, restituir ao discurso seu caráter de evento; finalmente eliminar a soberania do significante" - aplica-se também como uma advertência contra os perigos da psicologização bi problematização -- face do próprio relatório e do presente. Problematização não é a continuação da espécie ou origem, mas "bolsas de unificação, nós de totalização, processos, arquiteturas, sempre relativa, nas palavras de Gilles Deleuze em que Foucault foi, intelectualmente como embora, pessoalmente, fechar.

No segundo semestre de 1970, ele estava tão interessado no que parecia uma nova forma de exercício do poder (de vida), ele chamou de "biopoder" (um conceito tirado e desenvolvido por François Ewald Giorgio Agamben, Judith Revel e Antonio Negri, entre outros), indicando quando, não em torno da vida do século XVIII - apenas biológico, mas entendida como toda a vida: a de indivíduos e povos como a sexualidade, como afeta, alimentos como a saúde, a recreação como produtividade econômica - como entre os mecanismos de poder e se torna uma questão-chave para a política:

"O homem há milênios, permaneceu o que era para Aristóteles: um animal vivo, e mais capaz de existência política, o homem moderno é um animal cuja política coloca sua vida para estar vivo está em questão.

No início de 1980, em suas palestras no Colègge de France, do Governo da vida, Foucault inicia uma nova linha de investigação: os atos que o sujeito pode e deve operar livremente em si para chegar à verdade. Este novo eixo, o conhecimento do domínio irredutível de domínio e de poder, é chamado de "regime de verdade" e pode isolar a parte livre e decisão deliberada do sujeito na sua própria actividade. Os exercícios cristão ascético fornecem o primeiro campo de exploração desses sistemas na sua diferença com os exercícios ascéticos greco-romanos. Seu pensamento visa ligar em conjunto, sem confundí-las, estas três áreas: conhecimento, poder e discurso.

Sua obra, a partir da perspectiva do todo, aparece como uma vasta história dos limites estabelecidos no âmbito da empresa, que define o limite no qual um é louco, doente, criminal, desviante. As divisões internas da empresa têm uma história, fez a formação lenta e constantemente questionada, esses limites. Em ambos os lados dessas áreas de exclusão e inclusão irá fornecer "formas de subjetividade" diferente, e assim o assunto é uma concreção histórico e político, e não uma droga típica livre, como pretende a tradição e senso comum: não percebo a mim mesmo como os critérios que se formou pela história. O poder não é uma autoridade exercida sobre questões de direito, mas acima de tudo um poder imanente na sociedade, que se reflecte na produção de normas e valores.

O problema político é, portanto, aquele que investe sobre o corpo aparelhos de micropoder e, silenciosamente, inventam formas de dominação, mas que pode também oferecer a oportunidade para novas possibilidades de vida. "Não há relação de poder entre sujeitos livres", ele gostava de dizer. Assim, Foucault o utilitário em sua relação recíproca de docilidade, abre um vasto campo de considerações para além do utilitarismo, do lado da indústria, trabalho, produtividade, criatividade, autonomia, auto-governo.

"O problema de uma vez políticos, éticos, sociais e filosóficas que enfrentamos hoje não é para tentar libertar o indivíduo do Estado e suas instituições, mas libertar-nos, nós, Estado e do tipo de individualização que se refere. Temos que promover novas formas de subjetividade. " - O Sujeito eo Poder

Recebido no desejo de conhecer a hipótese repressiva para explicar as mudanças de atitudes e comportamento no campo da sexualidade, o ceticismo sobre a verdadeira extensão da liberação sexual, mas ainda atraídos pelos Estados Unidos (estada em Berkeley) e descobrindo novas formas relacionais que ele tem em suas últimas entrevistas, em relação à sua história de homossexualidade discutidos sexualidade (mas raramente a sua própria) e, mais genericamente, emocional e estabelecer tal seu nome, uma distinção entre o amor e a paixão que ele não teve tempo de explicar mais detalhadamente [15]. O problema do desejo e objecto de controle são o cerne da questão da subjetividade [16] desenvolvido pela então que alguns se permitem chamar o "segundo" Foucault, o de "cuidado de si (1984) emancipado o sistema disciplinar.

Foucault (1979) renega os modos tradicionais de analisar o poder e procura realizar suas análises não de forma dedutiva e sim indutiva, por isso passou a ter como objeto de análise não categorias superiores e abstratas de análise tal como questões do que é o poder, o que o origina e tantos outros elementos teóricos, voltando-se para elementos mais periféricos do sistema total, isto, é, passou-se a interessar-se pelos locais onde a lei é efetivada realmente. Hospitais psiquiátricos, forças policiais, etc, sãos os locais preferidos do pensador para a compreensão das forças reais em ação e as quais devemos realmente nos preocupar, compreender e buscar renovar constantemente.

Segundo este pensamento, devemos compreender que a lei é uma verdade "construída" de acordo com as necessidades do poder, em suma, do sistema econômico vigente, sistema, atualmente, preocupado principalmente com a produção de mais-valia econômica e mais-valia cultural, tal como explicado por Guattari (1993). O poder em qualquer sociedade precisa de um delimitação formal, precisa ser justificado de forma abstrata o suficiente para que seja introjetada psicologicamente, a nível macro social, como uma verdade a priori, universal. Desta necessidade, desenvolvem-se a regras do direito, surgindo, portanto, os elementos necessários para a produção, transmissão e oficialização de "verdades". "O poder precisa da produção de discursos de verdade (p.180), como diria Foucault (1979). O poder não é fechado, ele estabelece relações múltiplas de poder, caracterizando e constituindo o corpo social e, para que não desmorone, necessita de uma produção, acumulação, uma circulação e um funcionamento de um discurso sólido e convincente. "Somos obrigados pelo poder a produzir verdade", nos confessa o pensador, "somos obrigados ou condenados a confessar a verdade ou encontrá-la (…) Estamos submetidos à verdade também no sentido em que ela é a lei, e produz o discurso da verdade que decide, transmite e reproduz, pelo menos em parte, efeitos de poder (p.180)."

Pontos importantes

Para Foucault nos séculos XVIII e XIX, a população se torna um objeto de estudo e de gestão política. Passagem da norma da lei. Em uma sociedade centrada sobre a lei mudou para uma empresa de gestão com foco no padrão. Esta é uma conseqüência da grande revolução liberal.

Conceito de micro-geração de forças discurso para controlar quem está na norma ou não.

Conceito de biopoder: o poder de morrer e deixar viver foi substituído pelo biopoder que é Viver e deixar morrer, do estado de bem-estar: segurança social, seguros, etc.).

Figura do panóptico (prisão projeto arquitetônico inventado por Bentham e destinada a garantir que todos os prisioneiros podem ser vistos a partir de uma torre central) como um paradigma da evolução da nossa sociedade, ou o que já é bastante ( ver o conceito deleuziano de "sociedade de controle", na discussão com a obra de Foucault).

As relações de poder permeiam toda a sociedade. Um discurso diz que o paradigma da sociedade da guerra civil, que todas as interações sociais são versões derivadas da guerra civil. Podemos inverter a proposta de Clausewitz e dizer que a política é a continuação da guerra por outros meios.

Conceito grego de Cuidado de Si, como base para a ética.

Recepção

Além de que a filosofia de Foucault influenciou (como ele foi influenciado por) o número de movimentos de protesto em França e no mundo anglo-saxão desde 1970 (o movimento anti-psiquiatria de prisioneiros através do movimento feminista. Este vasto campo capas de Estudos de Gênero (Judith Butler, David Halperin, Leo Bersani) e análise da subjetivação "minoria" (Didier Eribon) na história do direito e arqueologia "outros" do Estado bem-estar (François Ewald, Paolo de Nápoles) e / ou teorias sociais (sobre ética seu lado: Bruno Karsenti Mariapaola Fimiani) ou social (no seu lado político: Paul Rabinow, Eric Fassin), através da revisão do economia política (Giorgio Agamben, Antonio Negri, Judith Revel, Maurizio Lazzarato).

E apesar de alguns mal-estar da sociologia, enquanto que o método permite que o sociólogo que visa a abordagem de Foucault concepção construtivista fundamental nesse sentido, como o indivíduo é criado no "social".

A concepção de que Foucault defendeu intelectuais contra os poderes, avançando figura do 'intelectual específico', e sua relação com o marxismo, continuam a alimentar a controvérsia.

"O heroísmo de identidade política teve seu dia. Este é, estamos a procura, e como a extensão dos problemas com que se debate a forma de participar e saiu sem ficar presa. Experiência com ... em vez de voluntários com ... As identidades são definidas pelas trajetórias ... trinta anos de experiência nos levam "para confiar em qualquer revolução, ainda que pode" compreender cada revolta "... dispensa da forma vazia de uma revolução universal deve, sob pena do capital total, acompanhado por uma lágrima conservadorismo. E com tudo o mais urgente que a sociedade está ameaçada em sua existência por esse conservadorismo seja pela inércia inerente ao seu desenvolvimento. " - Para um desconforto moral

Portanto a análise das relações de poder não devem ser centradas no estudo dos seus mecanismos gerais e seus efeitos constantes, e sim realizar sua analise pelos "elementos periféricos" do sistema do poder. Devemos estudar onde estão as,

"práticas reais e efetivas; estudar o poder em sua face externa, onde ele se relaciona direta e imediatamente com aquilo que podemos chamar provisoriamente de seu objeto (…) onde ele se implanta e produz efeitos reais (…) como funcionam as coisas ao nível do processo de sujeição ou dos processos contínuos e ininterruptos que sujeitam corpos, dirigem gestos, regem os comportamentos (Foucault, 1979, p.182)".

"Trata-se (…) de captar o poder em suas extremidades, em suas últimas ramificações (…) captar o poder nas suas formas e instituições mais regionais e locais, principalmente no ponto em que ultrapassando as regras de direito que o organizam e delimitam (…) Em outras palavras, captar o poder na extremidade de cada vez menos jurídica de seu exercício (Foucault, 1979, p.182)."

Michel Foucault viveu sua homossexualidade ao lado do companheiro Daniel Defert, seu amante de longos vinte anos, dez anos mais novo que o filósofo, mas de fôlego intelectual intenso. Defert ainda vive e milita contra a AIDS ou SIDA.

Obras

Doença Mental e Psicologia, (1954);
História da loucura na idade clássica, (1961);
Nascimento da clínica, (1963);
As palavras e as coisas, (1966);
Arqueologia do saber, (1969);
Vigiar e punir, (1975);
História da sexualidade:

A vontade de saber, (1976);
O uso dos prazeres, (1984);
O Cuidado de Si, 1984;
Ditos e escritos; (2006);

A vontade de saber; (1970-1971)
Teorias e instituições penais; (1971-1972)
A sociedade punitiva; (1972-1973)
O poder psiquiátrico; (1973-1974)
Os anormais; (1974-1975)
Em defesa da sociedade; (1975-1976)
Segurança, território e população; (1977-1978)
Nascimento da biopolítica; (1978-1979)
Microfísica do Poder; (1979)
Do governo dos vivos; (1979-1980)
Subjetividade e verdade; (1980-1981)
A hermenêutica do sujeito; (1981-1982)
Le gouvernement de soi et des autres; (1983)
Le gouvernement de soi et des autres: le courage de la vérité; (1984)
A Verdade e as Formas Jurídicas; (1996)
A ordem do discurso; (1970)
O que é um autor?; (1983)
Coleção Ditos e escritos;(5 livros),(2006)

Links Interessantes para complementar esta leitura:
http://filoesco.unb.br/foucault/index.html
http://educacao.uol.com.br/biografias/paul-michel-foucault.jhtm


terça-feira, 24 de agosto de 2010

A industrialização da cultura religiosa

A mercantilização da religião já é um fenômeno legitimado na contemporaneidade, com características oligopolísticas, onde um grupo reduzido de igrejas lidera empreendimentos dentro e fora da área religiosa. Leia o artigo de Rafaela Barbosa.

A mercantilização da religião já é um fenômeno legitimado na contemporaneidade, com características oligopolísticas, onde um grupo reduzido de igrejas lidera empreendimentos dentro e fora da área religiosa. Neste artigo nos referimos ao meio evangélico. Nota-se que o universo pentecostal surgiu com o propósito de manter-se contrário às práticas da Igreja Católica, como, por exemplo, a veneração de santos e imagens e a confissão individual para a remissão dos pecados, preservando seus preceitos históricos. Com as mudanças socioeconômicas e culturais que o capitalismo desencadeou no mundo, ocorreram reordenamentos estruturais nas organizações religiosas. Parte destas passa a seguir as lógicas capitalistas como instinto de sobrevivência econômica, adotando posturas fundamentadas mais no consumismo que na doutrina, tendo a mídia um papel central em seus movimentos.

No início seria impossível imaginar a ida aos templos para realizar apostas divinas ou até mesmo a constituição de uma bancada evangélica junto ao poder legislativo. Há mais de três décadas houve uma expansão pentecostal, que partiu das promessas da sociedade de consumo, do acesso de crédito aos consumidores e das possibilidades de entretenimento criadas pela indústria cultural. Essa religião ou se mantinha fiel aos seus princípios doutrinários de origem, aumentando sua defasagem em relação à sociedade e aos interesses ideais e materiais dos seus adeptos, ou fazia concessões. 
Na sequência, algumas denominações evangélicas subdividiram-se para atender a essa fatia do mercado que estava em franca expansão. A linha doutrinária do culto de pentecostes teve seus desdobramentos até o surgimento do neopentecostalismo. Esta última incorporou procedimentos inovadores aos métodos protestantes, como a pregação de cultos por meio da mídia, a prática da Teologia da Prosperidade, dentre outros. 
No cenário brasileiro, a perspectiva midiática neopentecostal inicia em novembro de 1989, quando a Igreja Universal do Reino de Deus – IURD compra a Record. Na década seguinte, evidenciam-se os movimentos de alargamento empresarial desta igreja no setor de radiodifusão. Na atualidade, os números de veículos da rede, são discutíveis, visto que o Ministério das Comunicações credita números inferiores ao que eles anunciam possuir. Mesmo com tal divergência, sua programação na madrugada:

reúne hoje trinta emissoras no país (cinco próprias e 25 afiliadas) e 747 retransmissoras, segundo o Ministério das Comunicações. [Em contrapartida], a Record afirma ter 105 emissoras (entre próprias e afiliadas). Conta ainda com a Record News, a Rede Família e a Record Internacional .

Parte do crescimento da IURD na América Latina, e em alguns países da América do Norte e Europa, é creditado ao alcance nacional e transnacional que a Record vem conquistando ao longo dos anos. Os demais veículos liderados pela IURD constituem um complexo de empresas estruturadas nos moldes da indústria cultural, onde setores da indústria fonográfica, literária, radiofônica, televisiva, dentre outros, fortalecem o processo comunicativo institucionalizado, entre os colaboradores, adeptos e o mercado. De acordo com a tabela 1:

Tabela 1 – Meios de comunicação da IURD

Meios de comunicação da IURD

Impressos 

Folha Universal – jornal com tiragem de 2,5 milhões de exemplares. Arca Universal – sítio de notícias dos serviços da IURD.
Revista Plenitude – Revista de variedade mensal com tiragem de 322 mil cópias. Rede Aleluia de Comunicação – Rede radiofônica que cobre o país.
Gráfica Universal – imprime livros da IURD, Larousse, Ediouro, dentre outras editoras. Rede Mulher – rede de televisão aberta, que no horário da madrugada exibe programas da Igreja Universal.
A visão da fé – revista mensal destinada aos auxiliares dos programas de rádio e TV com tiragem de 150 mil cópias. Unipress Internacional – Agência de notícias, imagens e vídeo. 
Unipro Editora – publica livros de auto-ajuda e infantil. Studio Up Digital – estúdio de fotografia digital que produz projetos fotográficos em geral. 
Correio do Povo (RS)* – jornal de circulação diária. Line Records – Gravadora evangélica.
Revista Ester – impresso voltado ao público feminino com tiragem de 120 mil cópias. Bureau Universal Produções – agência de publicidade e bureau de impressão digital.

Eletrônicos/digitais

Arca Universal – sítio de notícias dos serviços da IURD.
Rede Aleluia de Comunicação – Rede radiofônica que cobre o país.
Rede Mulher – rede de televisão aberta, que no horário da madrugada exibe programas da Igreja Universal.
Unipress Internacional – Agência de notícias, imagens e vídeo. 
Studio Up Digital – estúdio de fotografia digital que produz projetos fotográficos em geral. 
Line Records – Gravadora evangélica.
Bureau Universal Produções – agência de publicidade e bureau de impressão digital.

Fonte: http://www.universalproducoes.com.br. Autora.
*O referido veículo faz parte do complexo de comunicação Caldas Júnior, em Porto Alegre, que abrange a TV e rádio Guaíba.

O poder midiático reforça o discurso de prosperidade, tanto para tentar ganhar adeptos, como comercializar suas produções espirituais. Cabe ressaltar que a TV serve como reforço das mensagens veiculadas pela IURD, em função de seu conteúdo de info-entretenimento popularesco, e opera prioritariamente como uma plataforma tecnológica a reforçar interesses e ideais societários. O uso dos meios de comunicação, de técnicas de marketing e propaganda, da legitimação da Teologia da Prosperidade e, sobremaneira, do trabalho dos dirigentes, que focam seus empenhos na proliferação da IURD pelo mundo, estes elementos somados asseguram o desenvolvimento da Igreja, podendo projetar economicamente os outros negócios do grupo empresarial do bispo Edir Macedo, como a Record.

Rafaela Barbosa é mestranda em Ciências da Comunicação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, pesquisadora vinculada ao Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade – CEPOS. E-mail:byrafaela_barbosa@hotmail.com.
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