// Estar com Deus: INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA.

Aqui estão algumas perguntas relacionadas a Inspiração da Bíblia para os Leitores.
Boa Leitura.

1) O Espírito de Deus na inspiração e suas formas.
O Espírito Santo é uma ação real de Deus presente na história, porém, invisível aos olhos do homem, o Espírito é a entrada de Deus na história que faz o povo reencontrar a esperança, reviver, voltar a sua base, Ele torna o homem capaz de ser, agir e falar de uma novidade absoluta. É o Espírito que “pairou sobre as águas” no Gênesis (Gn 1, 2), que soprou na libertação do povo (Ex 15, 10), que soprou em pentecostes (At 2) e edificou a Igreja em uma comunhão de fé e de amor, abrindo o mundo à Salvação. A inspiração se refere a um Espírito que é a presença e ação de Deus, que permeia todo o mundo da história e da revelação bíblico-cristã, agindo em eventos e palavras. O Espírito “faz agir” conduzindo Moisés a tirar o povo do deserto e “faz falar” (Ez 11, 5), na inspiração dos profetas. O Espírito guia a ação missionária como em (At 8, 29-39) e estabelece pastores para a Igreja de Cristo (At 21-28). Os eventos e as palavras em que o Espírito de Deus se revela estão intimamente ligados e reunidos na Revelação bíblica. Na Sagrada Escritura se dá a íntima relação entre o Espírito de Deus e a Palavra de Deus.

2) Comentar a inspiração segundo: 2Pe 1,16-21 e 2Tm 3,14-17.
A inspiração divina do Espírito, em ambos os textos, apresenta-se como estando presente na história de um homem, ou seja, do autor textual. Ambos os textos deixam que a Palavra pronunciada na Escritura, é de “conteúdo” divino, ou seja, inspirado, contudo, sua “forma” histórica é a linguagem humana. Pedro deixa claro que foram “os homens que falaram da parte de Deus”, embora a profecia narrada seja de “conteúdo divino”. A inspiração (presença) do Espírito de Deus na Escritura encontra-se “mergulhada” na história humana, fala e age em seus elementos, na sua tradição, como nos fala Timóteo: “permanece firme naquilo que aprendeste e de que estás convencido”. A inspiração do Espírito Santo não pode, portanto, ser apreendida em “estado puro”, em si, mas somente ser pela fé percebida e sentida nas palavras e nas ações da comunidade de fé, da qual e para qual o texto bíblico é narração. Na Bíblia, as palavras humanas contém a Palavra de Deus, e é somente por elas e nelas que Ele se manifesta.

3) A inspiração segundo o Concílio Vaticano II: autor divino e humano, instrumento humano.
O Concílio Vaticano II trás esta questão na Dei Verbum, nela conserva a categoria de autor aplicada a Deus e a idéia de instrumentalidade aos autores sagrados. Contudo, não chama aos hagiógrafos de instrumentos, mas de verdadeiros autores. Assim, segundo o Concílio a inspiração não elimina nem substitui a plena, livre e consciente atividade do autor humano, o que derruba definitivamente a perspectiva que entendia a Sagrada Escritura como um “ditado de Deus” ao autor inspirado.

4) Inspiração do autor ou da obra?
Os livros da Bíblia não foram escritos por uma anônima coletividade, mas por indivíduos que integravam uma comunidade de fé. O autor bíblico é condicionado pela força social da língua de sua comunidade, ele adapta-se às necessidades desta comunidade, age sobre ela, e reflete em seu texto o “sensus fidei” da comunidade. Para Schökel, deve haver um equilíbrio entre os escritores sagrados e a obra literária, é preciso cuidar as estreitezas do psicologismo e do fisiologismo, o enfoque não deve ser dado nem no âmbito psicológico, tampouco somente literário, pois, ambos constituem um mesmo processo que parte de uma experiência vital até chegar à intuição da obra literária a ser produzida literaria e criativamente na linguagem humana.

5) A sagrada escritura é a Palavra de Deus ou somente contém a Palavra de Deus? Explique.
Para responder a esta questão a constituição dogmática do Concílio Vaticano II Dei Verbum, nos trás a compreensão mais clara desta relação: “as Sagradas Escrituras contém a Palavra de Deus, e, pelo fato de serem inspiradas são verdadeiramente a Palavra de Deus” (DV. 24). Embora na Bíblia ela não nos seja oferecida diretamente, uma vez que está por vontade do próprio Deus submetida a contingência da linguagem humana, ela é seu testemunho mais fiel, não pode dizer todo o mistério, mas nos disse o que um homem podia nos dizer (Agostinho), mesmo a Bíblia contendo a Palavra de Deus, o acesso imediato a Ela é somente o Logos de Deus, Jesus Cristo.

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