// Estar com Deus: SEMANA SANTA

domingo, 8 de abril de 2012

SEMANA SANTA


RESSURREIÇÃO DO SENHOR.
Este é o dia que o Senhor fez para nós!

Ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.

I Leitura - Atos dos Apóstolos 10,34a.37-43;
II leitura - Colossenses 3,1-4 ou 1Coríntios 5,6b-8
Salmo - 118(117)
Evangelho segundo São João 20,1-9


E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro, de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.
Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram.

Então Pedro saiu, com o outro discípulo, e foram ao sepulcro.
E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.
E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou.
Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis;
E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado, num lugar à parte.
Então entrou, também, o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu.
Porque ainda não sabiam a Escritura: que era necessário que ressuscitasse dos mortos.



Comentário - José Raimundo Oliva

Com grande liberdade, o evangelista João reinterpreta as tradições das comunidades que o antecederam, dando maior realce à dimensão universal da missão de Jesus, com uma abordagem diferenciada das tradições Judaicas. João ousa ultrapassar as próprias fronteiras das categorias do antigo Testamento. Daí o caráter simbólico com que ele aborda as narrativas daquelas tradições, às quais recorrem, com frequência, os evangelhos sinóticos, principalmente Mateus e Lucas.
"No primeiro dia da semana, bem de madrugada, quando ainda estava escuro" (detalhe exclusivo de João) sugere as trevas do primeiro dia da criação. Agora se trata do primeiro dia da nova criação. Ainda está escuro. Jesus, morto na cruz, foi sepultado e ainda pairam a incompreensão e perplexidade sobre os discípulos. Maria havia ungido os pés de Jesus, sete dias antes, no jantar em sua casa, em Betânia , com um gesto amoroso e acolhedor, em um ambiente de alegria. Agora vai ao túmulo, sem nada levar, para, perto do corpo de Jesus, reavivar a sua memória. É um carinhoso e saudoso culto ao morto. Porém, encontra o túmulo vazio! Ela não percebe o sinal: com Jesus não se trata de prestar culto a um morto em seu túmulo. Acha que tiraram o corpo e corre para avisar Pedro e os discípulos que Jesus mais amava. Ambos correm ao túmulo e este discípulo chega primeiro. Destacando a deferência e a precedência a Pedro, o discípulo aguarda que ele entre primeiro. O discípulo que Jesus mais amava, entrando no túmulo e observando as faixas de linho e o pano enrolado em um lugar à parte, crê: Jesus está vivo! Crê porque tem, agora, a certeza da presença de Jesus que em sua vida manifestou a vida em abundância. Agora percebe que Jesus é e comunica a vida eterna. O Núcleo desta narrativa do evangelho de João é que "o discípulo que Jesus mais amava", diante do túmulo vazio de Jesus, acreditou. Para ele não são necessárias as aparições. Ele acreditou que Jesus, com o qual convivera, sempre vivera em comunhão de amor com o Pai, participando de sua vida divina e eterna. A dimensão da temporalidade cede lugar à eternidade na comunhão de amor com Deus. O discípulo crê que Jesus está vivo e presente entre eles.
É este o anúncio (kerigma) de Pedro (primeira leitura), na reunião dos apóstolos em Jerusalém ("Concílio de Jerusalém"). Ele testemunha que, em Jesus de Nazaré, temos a revelação de que Jesus é Deus de todos, sem privilégios ou descriminações de pessoas ou raças. Jesus veio a todos libertar e comunicar vida plena. Por esta sua prática, os chefes religiosos do Templo, em Jerusalém, o mataram. A cruz de Jesus é uma denúncia desta prática dos poderosos. Porém, Jesus permanece vivo em comunhão com o Pai, e esta comunhão de vida eterna todos somos convidados, no seguimento de Jesus, buscando "as coisas do alto" (segunda leitura), na prática do amor. (cf. 27 dez.).

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