// Estar com Deus: UM POUCO MAIS DE EUSÉBIO DE CESARÉIA

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

UM POUCO MAIS DE EUSÉBIO DE CESARÉIA


Eusébio de Cesaréia ou Eusébio Panfílio.
Bispo e teólogo neoplatonista grego exegeta e polemista e patrístico do período nicênico nascido em Alexandria, Egito, batizado e ordenado em Cesaréia, na Palestina, considerado um dos fundadores da historiografia cristã.
Estudou na importante escola de teologia ali criada por Pânfilo, decapitado pelos romanos (310), em cuja homenagem adotou seu outro sobrenome. Nomeado bispo de Cesaréia (313), destacou-se por procurar conciliar a heresia arianista e a teologia.

Embora não aprovasse inteiramente suas idéias acolheu Ário, expulso pelo bispo Alexandre, de Alexandria, sob acusação de heresia (318), pela sua negativa na divindade de Cristo. Embora não aprovasse as idéias de seu colega de Alexandria, que defendia o sabelianismo, doutrina que negava a Santíssima Trindade, procurou reaproximar os dois.
Porém no sínodo de Antioquia (325), foi excomungado por arianismo, junto com seus aliados Teódoto de Laodicéia e Narciso de Nerônidas. No fim do mesmo ano, defendeu-se no Concílio de Nicéia, convocado por Constantino, e teve a punição suspensa por intervenção do imperador. Sua obra mais importante historicamente foi História eclesiástica (312-324), em defesa de Orígenes (185-253) e relatando as  perseguições romanas.
Eusébio é conhecido como o pai da história da Igreja porque nos seus escritos estão os primeiros relatos quanto à história do Cristianismo primitivo.
O seu tratado, a História eclesiástica, é o mais importante relato da Igreja Cristã depois de Atos dos Apóstolos. Sem a História Eclesiástica de Eusébio seria praticamente impossível reconstituir os três primeiros séculos da Igreja Cristã. É o maior clássico da história da Igreja!
A obra compreende de 10 livros que não foram compostos de uma só vez.
A Obra e seu conteúdo consistem em:
·                Livro I: introdução detalhada, sobre Jesus Cristo.
·                Livro II: A história da época apostólica, desde a Queda de Jerusalém até Tito.
·                Livro III: A época após Trajano
·                Livross IV e V: o século II
·                Livro VI: O período de Severo a Décio
·                Livro VII e VIII: historia do surto de perseguições movidas sob o reinado de Diocleciano
·                Livro IX: História da vitória de Constantino I sobre Maxêncio no ocidente e de Licínio sobre Maximino no oriente.
·                Livro X: O restabelecimento das congregações e a rebelião e conquista de Licínio.
A obra já estava publicada antes da perseguição de Dioclesiano, em 303, com apenas os sete primeiros livros. Novos acontecimentos levaram Eusébio a acrescentar várias ampliações que deram matéria para os livros oitavo, nono e décimo.
A História Eclesiástica para em 324, porque Eusébio não pretende comentar sobre o concílio de Nicéia, convocado, patrocinado e dirigido pelo imperador.
Um fato interessantíssimo é que seu nome está ligado a uma crença curiosa sobre uma suposta correspondência entre o rei de Edessa, Abgaro e Jesus Cristo. Eusébio teria encontrado as cartas e, inclusive, as copiado para a sua Historia Eclesiástica.[1]
Observa-se que ainda após o livro X, encontra-se um opúsculo (pequena obra escrita) sobre os mártires da Palestina, onde Eusébio relata, como testemunha ocular, ou com notícias de primeira mão, os gestos destes mártires.
Autor de uma biografia de Constantino, Eusébio, de qualquer forma, não foi amigo íntimo nem cortesão de Constantino. Ele passou a maior parte da sua Vida em Cesaréia ou nas proximidades, ocupado com assuntos eclesiásticos, enquanto Constantino, quando não estava em Constantinopla, se encontrava em alguma campanha ou empreendimento que o fazia transferir sua corte por todo o lmpério. De forma que os contatos entre o imperador e o bispo foram' breves e esporádicos. Eusébio era respeitado por muitos dos seus colegas, e Cesaréia era uma cidade importante; por isso Constantino se empenhou em cultivar o apoio do prestigioso bispo desta cidade. Eusébio, da mesma forma, depois das experiências dos anos de perseguição, não podia fazer outra coisa que se alegrar com a nova situação, e agradecer ao imperador pela mudança que este causara.
Foi depois da morte de Constantino, em 337, que Eusébio escreveu suas linhas mais elogiosas sobre o imperador falecido. Não se trata aqui, portanto, de um bajulador, mas de um homem agradecido. Esses fatos, entretanto, deixaram sua marca em toda a obra de Eusébio, particularmente em sua História eclesiástica.
“Se olho para o oriente, se olho para o ocidente, se olho por toda, a terra, e até se olho para o céu, sempre e em qualquer lugar eu vejo o Bem-aventurado Constantino dirigindo o mesmo império.”
Eusébio de Cesaréia
Também escreveu textos doutrinários e comentários da Bíblia, especialmente sobre os Evangelhos e, em Preparação evangélica, comparou Platão (427-347 a. C.) com Moisés (viveu por volta de 1220 a. C.).
Observa-se que ainda após o livro X, encontra-se um opúsculo (pequena obra escrita) sobre os mártires da Palestina, onde Eusébio relata como testemunha ocular, ou com notícias de primeira mão, os gestos destes mártires. Autor de uma biografia de Constantino, também escreveu textos doutrinários e comentários da Bíblia, especialmente sobre os Evangelhos e, em Preparação evangélica, comparou Platão (427-347 a. C.) com Moisés (viveu por volta de 1220 a. C.).


[1] Eusébio de Cesaréia - História Eclesiástica (Patrística, Editora Paulus) – Livro Primeiro – Capítulo 13 – Narrativa acerca do Rei de Edessa, Página 66

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