Dias atrás, eu estava muito preocupado com certos acontecimentos em minha vida pessoal e profissional.
Coisas do dia a dia que abalam o ser humano. Como bom cristão, que crê que Deus está no comando, espero sempre algo do criador, afinal somos filhos do todo poderoso, do Deus da graça, da misericórdia, sabedoria e principalmente de nossas vidas.
Com isto fui meditar num livro que gosto muito e aconselho a todos que o tenham em sua biblioteca para de vez em quando passarem os olhos nele e receberem a palavra forte de Deus com enorme embasamento Bíblico. O Livro chama-se Imitação de Cristo de Tomás de Kempis.
A imitação de Cristo é um dos livros mais expressivos da espiritualidade cristã. Escrito por Tomás Hemerken, conhecido como Tomás à Kempis (1379-1471), monge holandês dos irmãos da via comum, na região de Zwolle, Holanda, esteve presente nas mãos de vários cristãos até a metade do século passado.
A palavra me passado foi esta que compartilho com vocês agora.
1. Filho, eu sou o Senhor, refúgio nas horas mais difíceis (Naum 1,7).
Vem a mim, se não te sentes bem.
Não recorrer imediatamente à oração é um dos maiores obstáculos à consolação divina.
Na verdade, só oras depois de ter ido procurar apoio em outras pessoas ou coisas exteriores.
Mas com pouco proveito, enquanto não percebes que sou eu quem liberto os que em mim esperam e que fora de mim não há conselho válido ou útil nem remédio que cure para sempre.
Depois da tempestade, porém, desde que volta o espírito, convalesces sob a ação de minha misericórdia, pois estou sempre pronto a restaurar íntegra, abundante e completamente todas as coisas, diz o Senhor.
2. Existe alguma coisa difícil para mim? (Jr 32,27), serei daqueles que falam mas não fazem?
Onde está a tua fé?
Sê firme e perseverante!
Magnânimo e forte! A consolação virá a seu tempo.
Conta comigo, espera.
Virei te curar.
Teu mal estar é tentação e é vão o temor que te assalta.
De quem serem as preocupações a respeito do futuro incerto, senão para te trazer tristeza em cima de tristeza?
A cada dia basta o seu mal (Mt 6,34).
Que sentido tem sofrer ou se alegrar com um futuro que talvez nem aconteça?
3. É humano iludir-se com vãs expectativas, mas é também sinal de debilidade de quem se deixa facilmente enganar pela sugestão do inimigo.
É procurar discernir a verdade da ilusão enganosa e adorar mais as coisas presentes do que as eternas.
Não se perturbe, nem se atemorize o teu coração (Jo 14,27).
Crê em mim e confia na minha misericórdia.
Muitas vezes pensas que estou longe, mas estou muito perto de ti.
Pensas que tudo está perdido, no momento preciso de merecer o prêmio.
Na adversidade, nem tudo está perdido.
Não julgues segundo o teu sentimento presente, nem atribuas peso absoluto ao que te acontece ou é por ti acolhido, como se não houvesse mais nenhuma esperança de mérito.
4. Não te julgues abandonado de todo, por eu ter permitido que passes por alguma tribulação.
É assim que sevai ao reino dos céus.
Mais te convém, como aos meus outros servos, exercer-te nas adversidades em lugar de viver sempre segundo tua própria vontade.
Sei o que se passa no intimo de cada um. Para sua salvação é melhor que caminhes, às vezes sem nada sentir, para que não te glories com o próprio sucesso nem te satisfaças com o que de fato não és.
Sou livre de turar e depois restituir tudo que dei.
Dou o que é meu e não tiro do teu, pois é meu todo dom precioso e toda a dádiva perfeita (Tg 1,17).
5. Sete envio algum sofrimento ou tribulação não te impacientes nem desanime teu coração, pois posso sempre retirá-los e transformar em alegria todo sofrimento.
De todo modo, sou justo e digno de toda consideração quando te trato dessa forma.
6. Se fores reto e tiveres sempre me mente a verdade, não haverá porque te entristecer com a adversidade, mas antes, alegra-te e agradece. A única alegria verdadeira, aliás, é estar comigo na aflição e na dor.
- Como o pai me ama, assim também eu vos amo (Jo 15,9), disse a meus diletos discípulos, os quais enviei não para alegrias terrenas, mas para grandes combates; não em busca da honra, mas do desprezo; não para o lazer, mas para o trabalho; não para a tranquilidade, mas paratudo suportar com paciência.
Lembra-te sempre, filho, dessas palavras.
Christo Nihil Praeonere.
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