“Rompei todas em brados de alegria”, “O teu Deus é Rei”. Neste dia de Natal a Igreja nos convida a refletir na pessoa do “Verbo que se fez carne”. É Deus que se rebaixa e assume nossa natureza humana para Salvar toda a humanidade a partir de nós, como nos diz Santo Agostinho: “Deus criou tudo sem nós, mas não quis nos salvar sem nós”. Assim o Verbo se encarna e conosco e a partir de nossa humanidade nos resgata da perdição eterna. Por isso temos que romper em brados de alegria, fomos achados dignos, pela misericórdia de Deus, de sermos resgatados de nossa negligência que levou toda a humanidade a morte eterna. Assim somos convidados a reconhecer e meditar sobre essa grande ação divina de provocou nossa salvação pela encarnação do Verbo.
Sim esta é a grande pergunta – Quem é o Menino Jesus? É isso que a liturgia vem nos dizer. E foi causa de tantas heresias nos primeiros séculos da Igreja. Na luta de explicar quem é Jesus, para dar maior sentido a nossa fé, muitos homens chegaram a conclusões das mais absurdas provocando divisão e caos na Igreja dos primeiros séculos, mas diante destas heresias o Senhor suscitava santos teólogos que com o impulso do Espírito Santo trazia a Igreja, a explicação da revelação deixada por Jesus. Mas no hoje de nossa história, após dois mil anos de caminhada, estas indagações, para nós, já é coisa do passado e cremos que Jesus é o nosso Senhor e Salvador. Mas muitos não são capazes de responder algumas questões relacionadas à Fé, como: Jesus é Deus e Homem? São duas pessoas? É Deus revestido de homem? É homem revestido de Deus? Como vemos podemos voltar às heresias do início da nossa História. O que nos falta é estudar melhor a nossa fé para podermos dar maior razão naquilo que cremos.
Por isso que a liturgia vem nos dizer que Jesus é o Verbo que se fez carne e na leitura de hebreus diz: “Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Sendo o Filho esplendor da sua glória e imagem da sua substância, tudo sustenta com a sua palavra poderosa”. (grifo nosso). Então cremos que Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente Homem, 100% Deus e 100% homem, pois somente Deus poderia ter acesso a Deus para resgatar a humanidade decaída pelo pecado e somente um homem verdadeiramente homem “em tudo” como nos diz São Paulo: “Ele assumiu nossa condição humana em tudo, exceto no pecado”, poderia nos resgatar das trevas eternas. Por isso que a Igreja nos ensina conforme o Catecismo da Igreja Católica: “IV Concílio Ecumênico, em Calcedônia, confessou em 451: Na linha dos santos Padres, ensinamos unanimemente a confessar um só e mesmo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, o mesmo perfeito em divindade e perfeito em humanidade, o mesmo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, composto de uma alma racional e de um corpo, consubstancial ao Pai segundo a divindade, consubstancial a nós segundo a humanidade, "semelhante a nós em tudo, com exceção do pecado"; gerado do Pai antes de todos os séculos segundo a divindade, e nesses últimos dias, para nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, Mãe de Deus, segundo a humanidade. Um só e mesmo Cristo, Senhor, Filho Único, que devemos reconhecer em duas naturezas, sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação. A diferença das naturezas não é de modo algum suprimida por sua união, mas antes as propriedades de cada uma são salvaguardadas e reunidas em uma só pessoa e uma só hipóstase”. (CEC 467 a 469)
Assim nesta celebração do dia do Natal temos tudo para regozijar de alegria porque o Salvador está em nosso meio. Ele se abandonou nas mãos dos homens para ser um conosco e desta forma vemos um menino recém nascido, todo desprotegido nos brancos da Mãe, certamente que não é uma pessoa comum, mas toda especial, escolhida de forma singular por Deus Pai para gerar o Filho de Deus e agora carregá-lo, educá-lo e formá-lo para a vida. Puxa! Veja bem! Estamos diante da glória dos céus e diante da glória na terra. Temos Deus encarnado e temos o maior exemplar de ser humano na terra – Maria. Temos ou não motivos para exultar de alegria!? Pois é, somos os mais felizes da face da terra por que por vontade divina foi nos revelado estas verdades que nos eleva a Alma e nos dá a vida no amor de Deus. Lutemos para evangelizar, levar estas verdades a outras pessoas para que conheçam o que celebramos e, talvez, num futuro, o mundo possa celebrar com mais consciência a festa do Natal.
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