Dr. Stuart Schwartz
Quem teria pensado que a maior arma no combate à crescente onda de antissemitismo nos Estados Unidos de Obama se encontraria nestas palavras: “Jesus me ama! Disto eu sei, pois é o que a Bíblia me diz.”
Os filhos dos cristãos evangélicos cantam este hino em escolas bíblicas de todo o país, refletindo a crença em uma vida vivida de acordo com a vontade de Deus, tal qual revelada na Bíblia. Nada de relativismo moral aqui: de um lado, uma existência que honre a Deus; do outro, o pecado e a rebeldia. Certo e errado — simples assim. E é esta visão bíblica do mundo que embasa o apoio inabalável dos cristãos evangélicos a Israel e ao Judaísmo. Como o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu observou, Israel e os judeus “não têm maiores amigos e aliados” do que a comunidade de 70 milhões de cristãos evangélicos dos Estados Unidos — amigos melhores, na verdade, do que boa parte da comunidade judaica americana.
Sua visão de mundo — influenciada pelos valores judaico-cristãos que embasam as Escrituras — sempre tem levado os evangélicos à conclusão de que a obra-em-curso conhecida como Israel merece apoio, em uma região do mundo onde brutalidade, terrorismo, e desprezo às mulheres são o status quo. Enfatizando o valor individual e uma vida correta, os israelenses possuem uma clareza moral que lhes permitiu construir uma democracia que está em sexto lugar entre 35 países democráticos no que diz respeito à justiça, próximo aos Estados Unidos. Os evangélicos americanos reconhecem isso, parcialmente contrabalançando o apoio suicida que uma parte significativa da comunidade judaica dá ao Partido Democrata, que se alia com aqueles que desejam eliminar os judeus, tanto estrangeiros quanto domésticos. Uma medida do poder desse apoio é o trabalho a que os esquerdistas têm se dado, diz Ed Lasky, daAmerican Thinker, para criar uma cisão entre os evangélicos e Israel.
O Cristianismo continua a pôr de lado uma longa história de antissemitismo, para se investir do que os evangélicos, cada vez mais influentes, veem como uma perspectiva divina do povo judeu. O manual de teologia evangélica mais popular em voga é bastante direto em sua instrução aos crentes: reverenciar e respeitar o lugar especial dos judeus, do Judaísmo e de Israel no plano de Deus para a humanidade. Zev Chafets, politico israelense e ex-colunista do New York Daily News, chama a aliança judaico-evangélica de “um casamento feito no céu.” O Dr. Randall Price, líder do prestigioso instituto de estudos judaicos da Liberty University (universidade evangélica), tem uma relação de 30 anos com Israel, baseada na ordem para “amar a Deus, amar Israel e amar os judeus” dada pelas Escrituras.
Essa abordagem de base bíblica produziu um forte apoio evangélico. O turismo cristão manteve vivo o setor de turismo Israelense, enquanto os judeus o evitavam. O Ministério do Turismo israelense informa que 1.8 milhões dos 3 milhões de visitantes do ano passado eram cristãos, totalizando um aumento de 40% nos últimos oito anos, entre os cristãos dos Estados Unidos.
Os evangélicos são dramaticamente mais simpáticos a Israel do que os quase seis milhões de judeus americanos que, de acordo com a Pesquisa Populacional Judaica Nacional, se identificam como judeus reformados e/ou seculares, muitos dos quais são hostis, tanto a Israel quanto ao Judaísmo de base bíblica. Eles rejeitam Deus em favor da “nacionalidade.” Como Dennis Prager, o colunista e apresentador de talk show que se descreve como um judeu que honra a Bíblia observa, "a religião deles raramente é o Judaísmo.” Ao invés disso, “é todos os ‘ismos’ da esquerda. Eles incluem liberalismo, socialismo, feminismo, marxismo e ambientalismo.”
Resultado: Deus se tornou o inimigo de um número significativo de judeus americanos e os inimigos de Deus, seus aliados. O destacado erudito James Q. Wilson, ex-professor de Harvard que ganhou a Medalha Presidencial da Liberdade pela “clareza moral” de sua erudição, apontou que, na verdade, Deus está de permeio, entre a metade progressista e mais visível da comunidade judaica americana e os evangélicos. Os evangélicos olham as Escrituras como um guia para uma existência moral, enquanto que os judeus progressistas são radicais ordinários que veem Deus como um mito opressivo.
Ele prossegue: Depois que “as ideias do marxismo sobre o proletariado comprovaram ser falsas e o capitalismo provou ser o melhor meio de se alcançar a abundância econômica,” a esquerda substituiu “o proletariado” com “o oprimido” como seu “objeto de afeição.” Para a esquerda judaica, “Israel apenas substituiu John D. Rockefeller no topo de sua lista (de inimigos)”. Esses judeus são parte de uma fervorosa esquerda para a qual faz sentido que os cristãos evangélicos apoiem Israel, pois ambos reforçam o terrorismo com sua opressão aos “indefesos.” O caso em questão: o judeu furiosamente marxista e antissemita Dr. David Boyarin, um professor de Talmude (comentários tradicionais à bíblia judaica) na Universidade da Califórnia, em Berkeley, que afirma que a mais alta forma de judaísmo é a destruição de Israel e que a composição da raça judaica — se deixada crescer — resultará na opressão dos outros por parte dos judeus.
Os judeus americanos precisam repensar as alianças. O colunista e comentarista da Fox News Charles Krauthammer alerta a comunidade judaica de que “é um sinal da desorientação de um povo aflito e confuso que nós devamos achar tão difícil distinguir nossos amigos de nossos inimigos.” Ele bem pode ter tido em mente os comentários do rabino Eric Yoffie, que dirige a maior e mais amplamente secular afiliada do judaísmo americano (e que menos apoia Israel). Yoffie comparou líderes evangélicos como o falecido Dr. Jerry Falwell a Hitler. Entretanto, de acordo com Yechiel Eckstein, o rabino ortodoxo que dirige a Associação Internacional de Cristãos e Judeus, Falwell teve uma longa e intensa relação de amor com Israel e o Judaísmo, baseada em valores bíblicos comuns — em outras palavras, porque foi o que a Bíblia lhe ensinou. Outro judeu americano progressista, o líder de uma das maiores organizações judaicas nos Estados Unidos, a Liga Anti-Difamação, recentemente “declarou guerra contra os cristãos conservadores.” Os judeus progressistas têm demonstrado que, na ausência da fé no Deus das Escrituras e de uma visão de mundo baseada na Bíblia, os judeus americanos tendem à hostilidade contra Israel e à moralidade inspirada por Deus que define o judaísmo centrado na Bíblia (veja “Pensamento Progressista Judaico e o Novo Antissemitismo”). Na verdade, como o pensador americano Richard Baehr coloca, muitos já estão “trabalhando para o inimigo.”
Rodney Stark, o sociólogo educado em Berkeley que fez grande carreira explodindo o dogma das esquerdistas Elites do Conhecimento (o título de seu recente e altamente louvado estudo dos efeitos do Cristianismo sobre a cultura dá uma ideia de sua abordagem, “The Victory of Reason: How Christianity Led to Freedom, Capitalism, and Western Success” [A Vitória da Razão: Como o Cristianismo levou à Liberdade, ao Capitalismo e ao Sucesso Ocidental]), usa um estudo para mostrar que os “judeus irreligiosos” compõem uma parcela significativa das elites altamente educadas que estão abertas às religiões da Nova Era e a movimentos cúlticos. Os judeus irreligiosos afluem a movimentos semirreligiosos, tanto políticos quanto sociais, porque eles “carecem de uma ancoragem (na) fé convencional” das tradições judaico-cristãs. Em outras palavras, eles estão espiritualmente desnutridos.
Como Pogo, o personagem dos quadrinhos, (e gambá não sectário), famosamente disse, "Nós encontramos o inimigo e ele é a gente." Sem referências bíblicas, os judeus progressistas americanos se enfiaram em uma cena autodestrutiva de bar saída de Jornada nas Estrelas, um boteco Mos Eisley de liberais típicos, acadêmicos marxistas, e elites políticas e midiáticas abrindo o caminho a rosnadas rumo a sua aniquilação.
Talvez seja a hora de a outra metade mostrar sua cara. A parte menos visível da comunidade judaica americana teria, nos evangélicos, aliados fiéis, a exemplo de Israel, apoiando, juntamente com eles, as tradições judaico-cristãs e uma nação de Israel que tem sempre demonstrado moralidade e moderação para com aqueles que buscam destruí-la.
O que seria necessário? O primeiro passo para a comunidade judaica americana é adotar o slogan que surgiu de suas tradições bíblicas, servindo de fundação para o apoio cristão aos judeus e Israel: "Em Deus confiamos."
O Dr. Stuart H. Schwartz é ex-executivo na área de jornalismo e de vendas. Atualmente estuda na Liberty University, em Lynchburg, Virginia.
Tradução de Larry Martins, da equipe do blog DEXTRA, feita por recomendação e a pedido de Julio Severo
Texto original: The American Thinker
Divulgação: www.juliosevero.com