// Estar com Deus: maio 2014

sábado, 17 de maio de 2014

BATISMO INFANTIL! DEVEMOS OU NÃO REALIZÁ-LO?

Sem dúvida, este é um tema muito debatido na teologia.
Num lado, o catolicismo, luteranismo e outras congregações afirmam que sim, devemos batizar nossos pequenos irmãos. No outro lado, os protestantes, que durante a Reforma no século XV desenvolveram a tese de que o Batismo não pode ser ministrado às crianças. Esta novidade foi introduzida pelos Anabatistas. Note que os primeiros protestantes (Luteranos, Presbiterianos, Calvinista e Anglicanos), guardam até hoje o batismo de crianças. Os protestantes afirmam que crianças jã são herdeiras dos céus por causa da sua inocência quando crianças.
Abaixo eu retiro alguns textos de um apologeta, que explana o porque ou não do Batismo.
Cabe aqui salientar que no campo teológico, isto é um debate para muitas análises, exegéticas, hermenêuticas e históricas, não devendo ficar apenas na Sola Scriptura (somente palavra escrita). Lendo este texto, vemos refletir e pedir a direção correta para Deus para com os nossos pequeninos!

Começamos com Mateus 19.
14. Disse-lhes Jesus: Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham.

Lendo esse pequeno versículo nós podemos concluir que: Jesus Cristo jamais impediu que as crianças participassem da graça Divina, sendo assim, aqueles que impedem ou não permitem que as crianças participem da graça Divina estão cometendo um sacrilégio contra Jesus Cristo.

Devemos nos ater aos sofistas, filhos da rebelião de Lutero que não permitiam que as crianças participassem da graça Divina do Batismo, ou seja, os protestantes estavam na contra mão das Leis Divinas.

Os argumentos usados pelos protestantes para justificar esse não batismo, são:
  • Uma criança não possui consciência para aceitar Jesus Cristo e receber seu Batismo.
  • Uma criança não possui pecados para serem redimidos e por isso não podem ser Batizadas.
  • A Bíblia não mostra nenhum tipo de Batismo infantil.
Aqui estamos nos atendo somente a Sola Scriptura, mas vamos começar pelo primeiro argumento, onde podemos notar um certo preconceito, se percebe que nesta ideologia protestante, Deus faz acepção de pessoas, ou seja, Deus classifica e separa aqueles que possuem o direito de receber o seu Batismo e aqueles que não possuem qualidade para recebê-lo; o que contraria todas as Escrituras Sagradas.

Eclesiástico 35
15. Nada esperes de um sacrifício injusto, porque o Senhor é teu juiz, e ele não faz distinção de pessoas.
16. O Senhor não faz acepção de pessoa em detrimento do pobre, e ouve a oração do ofendido.
17. Não despreza a oração do órfão, nem os gemidos da viúva.


Agora observem as Palavras Divinas para aqueles que fazem a acepção de pessoas.

Malaquias 2
9. Por isso, eu vos tornei desprezíveis e abjetos aos olhos de todo o povo, porque não guardastes os meus mandamentos e fizestes acepção de pessoas na aplicação da lei.

Não podemos deixar de colocar as palavras de Paulo.

Romanos 2
11. Porque, diante de Deus, não há distinção de pessoas.

Também Tiago Bispo de Jerusalém nos adverte sobre esse sacrilégio.

Tiago 2
9. Mas se vos deixais levar por distinção de pessoas, cometeis uma falta e sereis condenados pela lei como transgressores.


Será mesmo que Deus faz essa distinção ou acepção de pessoas “adultos e crianças” para receber o seu Batismo? Não se pode crer nisto, pois pode ser uma uma total contradição entre os preceitos Divinos.

Bem, esse digamos assim: "sacrilégio protestante" é cometido justamente por uma interpretação das Sagradas Escrituras. Uma das maiores defesas protestantes está embasada em um único versículo totalmente isolado.

Marcos 16
16. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.

Segundo os exegetas protestantes, esse versículo isolado justifica a proibição do Batismo infantil, pois nesse versículo diz: “Quem crer e depois quem for Batizado será salvo”. Então o fato do “Crer” aparecer antes do “Batismo” ninguém poderá receber o Batismo sem Crer no nome de Jesus Cristo, ou seja, na visão humana e material protestante uma criança em sua inocência não possui capacidade de “Crer” por isso está privado de seu Batismo; está ai a caracterização da "acepção de pessoas".

Vamos imaginar se Jesus Cristo tivesse dito assim: “Aquele que comer arroz, feijão e fazer exercícios terá uma boa saúde”. Nesta mesma analogia, ninguém mais poderia fazer exercícios sem antes comer arroz e feijão, até parece loucura, mas é exatamente esse tipo de interpretação que alguns desses exegetas fazem distorcendo as Escrituras Sagradas.

Então vamos levar em consideração a interpretação e mostrar que, mesmo dentro dessa interpretação algo está errado com relação as palavras de Jesus Cristo. Segundo a visão humana e materialista dos protestantes, uma criança não possui em sua inocência a qualificação necessária para crença Divina, então vamos tentar colocar a visão Espiritual dentro das Sagradas Escrituras. Observem as Palavras de Jesus Cristo sobre as “Crianças de Peito”.

Mateus 21
16. Disseram-lhe eles: Ouves o que dizem eles? Perfeitamente, respondeu-lhes Jesus. Nunca lestes estas palavras: Da boca dos meninos e das crianças de peito tirastes o vosso louvor (Sl 8,3)?


Aqui existe uma forte oposição que tenta contrapor com qualquer justificação protestante contra o Batismo infantil. Jesus Cristo foi bem claro ao dizer: “Das Crianças de peito tirastes o vosso louvor”. Em outra tradução está escrito assim: “Das Crianças de peito tirastes o perfeito louvor”.

Olhando do ponto de vista material e humana protestante, uma criança não possui consciência para crença Divina, porém na visão Divina, uma criança de peito possui o perfeito louvor.

Terminando o primeiro argumento concluímos então que podem existir dois erros:
  • Primeiro eles fazem acepção de pessoas (preconceito).
  • Segundo eles retiram o perfeito louvor da inocência das crianças.
No Segundo argumento, uma criança está impedida de receber o seu Batismo por não possuir pecados. Vamos analisar: Um pai e uma mãe chegando para algum pastor protestante e pedindo para esse pastor conceder a Graça do Batismo ao seu filho querido e esse pastor pregando que essa Criança teria que cometer um pecado primeiro, se não ela não teria o direito de ser Batizada?

Neste caso, deveríamos pensar em duas perguntas: Qual pecado Jesus Cristo cometeu para ser batizado? E se meu filho não cometer nenhum pecado em sua vida terrena estará privado do Batismo e da Salvação?

Cria-se uma certa intolerância dentro da sã doutrina poder imaginar Deus querendo que alguém cometa pecados para participar da Graça Divina (Batismo). Quem gosta do pecado se chama Lúcifer e não Jesus Cristo.

Vamos voltar à introdução do tópico de Mateus 19
14. Disse-lhes Jesus: Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham.
Temos que observar duas coisas nesse pequeno versículo; primeiro Jesus Cristo pede para não impedir que as crianças cheguem até a ele, sabendo que o Espírito Santo é o consolador (Presença Divina) até a volta de Jesus Cristo, não podemos impedir que uma criança chegue até o Espírito Santo de Deus, isso é bem lógico. Segundo, Jesus Cristo diz que o Reino dos Céus é para aqueles que se “assemelham a uma criança”, ou seja, não é uma criança que precisa se tornar um adulto para receber o seu Batismo e sim um adulto que precisa se tornar como uma criança para assim receber o seu Batismo.

Um adulto, que em sua infância não pode receber o seu Batismo, porque não existia o Batismo como era o caso dos primeiro Cristãos, precisam voltar a possuir a inocência e a pureza de uma criança para receber o seu Batismo, ou seja, precisas se arrepender de seus pecados.

Uma criança que já nasceu dentro do berço Cristão e por consequência da sua inocência já possui a pureza em seu coração junto de seus perfeitos louvores. Logo, ela tem todo o direito de receber o seu Batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; assim da mesma forma que Jesus Cristo pediu para deixar ir a ele as crianças também devemos deixá-las irem até o Espírito Santo de Deus que nos consola até a volta de Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo.

Observem as palavras de Pedro:

Atos 2
38. Pedro lhes respondeu: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
39. Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus.

Nesse texto Pedro rebate fortemente a teoria protestante.

Primeiro ele pede para que os pais se arrependam e sejam Batizados.

Segundo ele diz que a promessa do Batismo é para os pais e seus filhos e todos aqueles que são chamados, ou seja, é para um pai de família se arrepender e voltar ter a pureza de uma criança, se Batizar, e depois Batizarem seus filhos também, pois a promessa não foi feita apenas para os adultos, a promessa foi feita para os adultos e para as crianças que também foram chamadas por Jesus Cristo.

Não podemos deixar de relatar outras grandes importâncias do Batismo, pois além de ser uma Graça Divina o Batismo é um selo da Nova Aliança, ou seja, quem é Batizado está selado como membro da Nova Aliança assim como era a circuncisão no (AT). Paulo deixa bem claro que o Batismo veio para substituir a circuncisão. 

Colossenses 2
11. Nele também fostes circuncidados com circuncisão não feita por mão de homem,mas com a circuncisão de Cristo, que consiste no despojamento do nosso ser carnal.
12. Sepultados com ele no batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.


Nesse texto Paulo deixa bem claro que o Batismo no (NT) e o selo da Nova Aliança assim como era a circuncisão no (AT). Sendo assim, jamais poderemos negar o Batismo a uma criança, pois a circuncisão era concedida aos filhos dos Judeus no oitavo dia de seu nascimento.

Outra grande importância é a purificação do “pecado original ou pecado de morte de Adão”, Paulo no livro de Romanos explica que todo o gênero humano herda o pecado original de Adão no momento de seu nascimento.

Romanos 5
12. Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram...

Toda a Criança nasce pagã e herda essa mancha de pecado, isso é fato, no entanto todo o gênero humano necessita da salvação desse pecado e Paulo no próximo capitulo do mesmo livro nos ensina a como imputar esse “pecado original”.

Romanos 6
3. Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte?
4. Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova.
5. Se fomos feitos o mesmo ser com ele por uma morte semelhante à sua, sê-lo-emos igualmente por uma comum ressurreição.
6. Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que seja reduzido à impotência o corpo (outrora) subjugado ao pecado, e já não sejamos escravos do pecado.


Concluído, Paulo nesses dois textos explica que todo o homem nasce manchado pelo “pecado original”, ou seja, todo o homem nasce ADÃO privado do paraíso. Através do “Batismo” esse homem, que nasceu com a mancha de Adão e privado do paraíso, morre e renasce um novo homem, agora o homem reconciliado com Deus e não mais privado do paraíso, sem a mancha do pecado original e totalmente puro para entrar no mundo segundo a Graça Divina.

Sendo assim, uma criança sem Batismo é:
  • Uma criança manchada pelo pecado original.
  • Sem o selo da Nova Aliança.
  • Privada do paraíso.
  • Não reconciliada com Deus.
Alerta-se aqui para que o pai e a mãe pela ignorância adquirida, negam o Batismo a seus filhos. Na Bíblia Sagrada há uma condenação para esse tipo de sacrilégio e essa condenação é:

Prestem a atenção nas palavras de Jesus Cristo.

Mateus 18
6. Mas, se alguém fizer cair em pecado um destes pequenos que crêem em mim,melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar.

Observem: o homem que faz uma criança cair no pecado, é melhor morrer afogado e agonizando no fundo do mar. Você pode até me perguntar: o que isso tem a ver com o Batismo? Eu respondo: o pai e a mãe que privam seus filhos do Batismo e os deixam no “pecado original” um pecado não cometido, porém é um pecado contraído, pagarão por isso; negar a Graça Divina do Batismo a seus filhos é deixá-los permanecer com esse pecado e sendo seus pais os responsáveis por seus filhos, serão os pais que receberão o castigo caso aconteça algo com seus filhos.

É exatamente por causa do “pecado original” (pecado esse que priva o homem do paraíso), que Jesus Cristo diz a Nicodemos:

João 3
3. Jesus replicou-lhe: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus.
4. Nicodemos perguntou-lhe: Como pode um homem renascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no seio de sua mãe e nascer pela segunda vez?
5. Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus.
6. O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito.
7. Não te maravilhes de que eu te tenha dito: Necessário vos é nascer de novo.


Jesus Cristo foi bem claro, quem não nascer de novo (Água e Espírito) não poderá entrar no Reino de Deus, ou seja, está privado do paraíso. (Ele não faz aqui distinção de adultos e crianças).

Por que estará privado do Reino de Deus? Simples: por que todo o gênero humano nasce manchado pelo pecado original ou pecado de Adão.

E como renascer na Água e no Espírito? Simples: através do Batismo.

Para entrar no Reino de Deus é necessário nascer de novo, seja uma criança ou um adulto.

O terceiro argumento, os protestantes alegam que não Batizam as crianças simplesmente por que nas Escrituras Bíblicas não aparece explicitamente uma criança sendo Batizada, então eles concluíram que os Apóstolos negavam o Batismo as crianças, neste caso, mais uma vez, ficamos na Sola Scriptura (leitura morta, apenas leitura) então os protestantes não podem mais ler as suas bíblias e devem deixar de usa-las, pois não existe um versículo onde um Apostolo diz usar uma Bíblia, ou deixarão de acreditar que o Discípulo Amado era João, pois não existe um só versículo que afirme ser João o Discípulo Amado.

Bem, voltando ao assunto, para entender os Escritos Bíblicos, temos que levar em consideração a época e a cultura em que esses livros foram escritos, os Escritos Bíblicos contam a historia Apostólica até 70 D.C, é lógico que uma Igreja nascente entre 30 a 40 anos de vivencia poucas pessoas já eram Batizadas, por isso a grande quantidade de relatos dos adultos sendo Batizados, a Igreja estava nascendo, era normal que os primeiros Batizados fossem os adultos principalmente o “pai” que era a coluna da família.  Historicamente e logicamente falando, jamais os Apóstolos iriam Batizar uma criança no qual seus pais não eram convertidos e não eram Batizados, por esse motivo os primeiro relatos Bíblicos dão ênfase ao Batismo dos pais e como diz Pedro em (Atos 2-,38,39) ele pede para que os pais se Batizem e depois Batizem os seus filhos.

Outra consideração a fazer é a questão cultural no qual os livros Bíblicos foram escritos. Dentro da cultura Hebraica o “pai” era o alicerce da casa, A palavra "casa" ("domus", em latim; "oikos", em grego) designava o chefe de família com todos os seus domésticos, inclusive as crianças. Ou seja, o ênfase da família geralmente era em torno do “pai” (figura masculina) é só observar a genealogia de Jesus Cristo e ver que Mateus o fez levando em consideração a descendência dos pais (figura masculina) o mesmo se da em torno do Batismo, podemos não ler claramente na Bíblia uma criança sendo Batizada, porém encontramos nos livros Bíblicos vários textos onde diz que: “O pai foi batizado e depois TODA a sua família”.

Por ex: temos o famoso caso do carcereiro da Macedônia.

Atos 16
31. Disseram-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família.
32. Anunciaram-lhe a palavra de Deus, a ele e a todos os que estavam em sua casa.
33. Então, naquela mesma hora da noite, ele cuidou deles e lavou-lhes as chagas.Imediatamente foi batizado, ele e toda a sua família.

Foi Batizado ele (o carcereiro) e TODA a sua família, meus irmãos, temos que entender melhor o significado dessa palavra (TODA).

Vamos pegar o verso 33 no grego (versão: The Greek New Testament according to the Byzantine Textform, edited by Maurice A. Robinson and William G. Pierpont, 2000 edition)

"33 και παραλαβων αυτους εν εκεινη τη ωρα της νυκτος ελουσεν απο των πληγων και εβαπτισθη αυτος και οι αυτου παντες παραχρημα".

O verbo παντες (PAS que incluí todas as formas de declinação; TDNT - 5:886,795; adj
1) individualmente 
1a) cada, todo, algum, tudo, o todo, qualquer um, todas as coisas, qualquer coisa
2) coletivamente 
2a) algo de todos os tipos
... “todos o seguiam” Todos seguiam a Cristo? “Então, saíam a ter com ele Jerusalém e toda a Judéia”. Foi toda a Judéia ou toda a Jerusalém batizada no Jordão? “Filhinhos, vós sois de Deus”. “O mundo inteiro jaz no Maligno”. O mundo inteiro aqui significa todos? As palavras “mundo” e “todo” são usadas em vários sentidos na Escritura, e raramente a palavra “todos” significa todas as pessoas, tomadas individualmente. As palavras são geralmente usadas para significar que Cristo redimiu alguns de todas as classes — alguns judeus, alguns gentis, alguns ricos, alguns pobres, e não restringiu sua redenção a judeus ou gentios ... (C.H. Spurgeon de um sermão sobre a Redenção Particular)

Reforça que TODOS, são todas as pessoas que estavam ali, naquele lugar.

Vamos pensar um pouco. Se eu possuo 20 copos e entre eles existem alguns que são grandes, outros médios e outros pequenos e digo: “TODOS os copos estão cheios de água”, é porque todos eles sem exceção estão cheios de água, é simples, tanto os grandes quando os pequenos receberam a sua quantidade de água até estarem completamente cheios; o mesmo acontece com o texto Bíblico citado, se no texto diz que TODA a família do carcereiro foi Batizada é porque todos sem exceção foram Batizados, seja adultos, crianças ou recém nascidos.

Se o Batismo infantil fosse proibido com certeza haveria alguma citação Bíblica relatando tal proibição, no texto citado, Lucas teria feito a exceção dizendo: “Foi Batizado ele e todos os adultos de sua família”.

Agora vamos aqui colocar alguns escritos dos Pais da Igreja Primitiva.

Orígenes (185-255).

Escreve: “A igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo também aos recém-nascidos”. (Epist. ad Rom. Livro 5,9).

Cipriano (258 d.C).

Escreve: “Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças “. (Carta a Fido)


Para conclusão final, notamos que este tema é muito debatido entre vários: cristãos de doutrinas diferentes, teólogos, exegetas, hermeneutas, ateus e outros. Mas devemos nos ater a certos fatos.
Vamos sempre analisar as escrituras no contexto histórico e hermenêutico, pois estas escrituras, conforme texto acima foram escritas há muito tempo atrás e depois de Cristo.
Não podemos apenas pegar um livro e dizer: "ESTÁ ESCRITO ASSIM E PRONTO". Isto ou é relativismo ou fundamentalismo em demasia. O que devemos fazer é sempre questionar o correto das escrituras, saber realizar uma boa interpretação da mesma. Não entrar na batalha do dogma e principalmente, deixar Deus falar aos nossos corações.

Christo Nihil Praeponere.

sábado, 3 de maio de 2014

PEDIR O AUXÍLIO DE DEUS NA CERTEZA DE RECOBRAR A GRAÇA.

Dias atrás, eu estava muito preocupado com certos acontecimentos em minha vida pessoal e profissional.
Coisas do dia a dia que abalam o ser humano. Como bom cristão, que crê que Deus está no comando, espero sempre algo do criador, afinal somos filhos do todo poderoso, do Deus da graça, da misericórdia, sabedoria e principalmente de nossas vidas.
Com isto fui meditar num livro que gosto muito e aconselho a todos que o tenham em sua biblioteca para de vez em quando passarem os olhos nele e receberem a palavra forte de Deus com enorme embasamento Bíblico. O Livro chama-se Imitação de Cristo de Tomás de Kempis. 
A imitação de Cristo é um dos livros mais expressivos da espiritualidade cristã. Escrito por Tomás Hemerken, conhecido como Tomás à Kempis (1379-1471), monge holandês dos irmãos da via comum, na região de Zwolle, Holanda, esteve presente nas mãos de vários cristãos até a metade do século passado.

A palavra me passado foi esta que compartilho com vocês agora.

1. Filho, eu sou o Senhor, refúgio nas horas mais difíceis (Naum 1,7).
Vem a mim, se não te sentes bem.
Não recorrer imediatamente à oração é um dos maiores obstáculos à consolação divina.
Na verdade, só oras depois de ter ido procurar apoio em outras pessoas ou coisas exteriores.
Mas com pouco proveito, enquanto não percebes que sou eu quem liberto os que em mim esperam e que fora de mim não há conselho válido ou útil nem remédio que cure para sempre.
Depois da tempestade, porém, desde que volta o espírito, convalesces sob a ação de minha misericórdia, pois estou sempre pronto a restaurar íntegra, abundante e completamente todas as coisas, diz o Senhor.

2. Existe alguma coisa difícil para mim? (Jr 32,27), serei daqueles que falam mas não fazem?
Onde está a tua fé?
Sê firme e perseverante!
Magnânimo e forte! A consolação virá a seu tempo.
Conta comigo, espera.
Virei te curar.
Teu mal estar é tentação e é vão o temor que te assalta.
De quem serem as preocupações a respeito do futuro incerto, senão para te trazer tristeza em cima de tristeza?
A cada dia basta o seu mal (Mt 6,34).
Que sentido tem sofrer ou se alegrar com um futuro que talvez nem aconteça?

3. É humano iludir-se com vãs expectativas, mas é também sinal de debilidade de quem se deixa facilmente enganar pela sugestão do inimigo.
É procurar discernir a verdade da ilusão enganosa e adorar mais as coisas presentes do que as eternas.
Não se perturbe, nem se atemorize o teu coração (Jo 14,27).
Crê em mim e confia na minha misericórdia.
Muitas vezes pensas que estou longe, mas estou muito perto de ti.
Pensas que tudo está perdido, no momento preciso de merecer o prêmio.
Na adversidade, nem tudo está perdido.
Não julgues segundo o teu sentimento presente, nem atribuas peso absoluto ao que te acontece ou é por ti acolhido, como se não houvesse mais nenhuma esperança de mérito.

4. Não te julgues abandonado de todo, por eu ter permitido que passes por alguma tribulação.
É assim que sevai ao reino dos céus.
Mais te convém, como aos meus outros servos, exercer-te nas adversidades em lugar de viver sempre segundo tua própria vontade.
Sei o que se passa no intimo de cada um. Para sua salvação é melhor que caminhes, às vezes sem nada sentir, para que não te glories com o próprio sucesso nem te satisfaças com o que de fato não és.
Sou livre de turar e depois restituir tudo que dei.
Dou o que é meu e não tiro do teu, pois é meu todo dom precioso e toda a dádiva perfeita (Tg 1,17).

5. Sete envio algum sofrimento ou tribulação não te impacientes nem desanime teu coração, pois posso sempre retirá-los e transformar em alegria todo sofrimento.
De todo modo, sou justo e digno de toda consideração quando te trato dessa forma.

6.  Se fores reto e tiveres sempre me mente a verdade, não haverá porque te entristecer com a adversidade, mas antes, alegra-te e agradece. A única alegria verdadeira, aliás, é estar comigo na aflição e na dor.
- Como o pai me ama, assim também eu vos amo (Jo 15,9), disse a meus diletos discípulos, os quais enviei não para alegrias terrenas, mas para grandes combates; não em busca da honra, mas do desprezo; não para o lazer, mas para o trabalho; não para a tranquilidade, mas paratudo suportar com paciência.
Lembra-te sempre, filho, dessas palavras.

Christo Nihil Praeonere.

INTERPRETAR A VIDA A PARTIR DA SAGRADA ESCRITURA

Para Base do texto, usamos as seguintes leituras: Atos 2,14a.22-33; 1Pedro 1,17-21; Lucas 24,13-35.

Existem acontecimentos que varrem para longe de nós a fé, enterram a nossa esperança e apagam o fervor do nosso coração. Existem acontecimentos que parecem destruir dentro de nós a imagem que temos de Deus, de que Ele é um Pai amoroso e misericordioso, que cuida de nós e que se importa conosco. Existem acontecimentos que nos tiram de Jerusalém e nos fazem caminhar para Emaús, isto é, que nos fazem abandonar nossos ideais e nossos sonhos, porque a presença da cruz acaba nos convencendo de que não adianta esperar por grandes mudanças ou grandes transformações em nossa vida.

Mas aquilo que apaga a nossa fé, sepulta a nossa esperança e torna frio o nosso coração não é este ou aquele acontecimento ruim, e sim a forma como nós o interpretamos. O que fez os dois discípulos deixarem Jerusalém e caminharem para Emaús foi o fato de eles não conseguirem encontrar uma explicação para o que aconteceu com Jesus. Certamente, há muitas coisas para as quais você ainda não encontrou explicação na sua vida, coisas que vão precisar de tempo para serem entendidas e assimiladas por você. Mas também é verdade que há coisas para as quais você não quer encontrar explicação porque isso acabaria revelando a sua parcela de responsabilidade no que aconteceu. 

Justamente porque a dor não é causada pelo sofrimento em si, mas pela forma como nós o interpretamos e como lidamos com ele, Jesus ressuscitado entrou na dor dos dois discípulos e os ajudou a interpretá-la à luz da Sagrada Escritura (cf. Lc 24,27). Pedro fez a mesma coisa no dia de Pentecostes: recorreu às Escrituras – especificamente ao salmo 16 – para falar da morte e da ressurreição de Jesus (cf. At 2,23-31). Qual é o seu contato com a Bíblia? Com que frequência você a lê? Existe algum aplicativo no seu celular ou no seu tablet que coloca você em contato com a Palavra de Deus? Quantos de nós precisamos daquele puxão de orelhas que Paulo deu à comunidade de Corinto, quando disse: “Alguns dentre vós tudo ignoram a respeito de Deus” (1Cor 15,34)?

A Sagrada Escritura não nos oferece respostas prontas para todas as nossas perguntas. Ela nos ajuda a interpretar os acontecimentos à luz do plano que Deus tem para cada um de nós, de forma que nós possamos dizer com o salmista: “Meu destino está seguro em vossas mãos... Vós me ensinais vosso caminho para a vida...” (Sl 16,5.11). Foi relembrando aos discípulos trechos da Bíblia que Jesus esclareceu que Ele devia sofrer o que sofreu para entrar na sua glória (cf. Lc 24,26). Portanto, sempre que você estiver na desolação, recorra à Palavra de Deus, para que ela o(a) ajude a interpretar corretamente o seu sofrimento e lhe dar a verdadeira consolação que vem de Deus.

O diálogo de Jesus com aqueles dois discípulos lhes devolveu o ânimo, a fé e a esperança, traduzidos nessas palavras: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24,32). Há muitas cinzas no coração de cada um de nós, cinzas de sonhos e de esperanças que foram aparentemente queimados, destruídos, pela forma como interpretamos o que nos aconteceu e pela forma como lidamos com aquele sofrimento. Deixemos com que o sopro do Espírito Santo, que inspirou cada profecia da Sagrada Escritura (cf. 2Pd 1,21), varra para longe as cinzas que encobrem as brasas que ardem no mais profundo de nós, para que recobremos a fé, a esperança, a alegria e o sentido de viver e de caminhar com Cristo. Hoje, o nosso pedido ao Senhor ressuscitado é o mesmo dos discípulos de Emaús: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” (Lc 24,29). Fica conosco, Senhor Jesus, quando caminhamos na vida como que cegos, sem enxergar a Tua presença junto a nós! Fica conosco, e com a luz da Tua palavra, ajuda-nos a interpretar corretamente os acontecimentos que nos atingem. Fica conosco, pois a noite se estende sobre a humanidade: a noite das guerras, dos conflitos e da violência; a noite do desemprego, da fome e da miséria; a noite da migração forçada, da inimizade e da separação das famílias. Fica conosco, Senhor Jesus, e devolva o ardor da fé ao nosso coração!

“Jesus entrou para ficar com eles”, e quando, sentado à mesa, “tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía... os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles” (Lc 24,29-31). Os mesmos discípulos, que estavam como que cegos e não reconheceram Jesus que caminhava com eles, voltaram para Jerusalém e disseram aos outros discípulos “como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão” (Lc 24,35). Nós reconhecemos Jesus na Eucaristia, ou ela se tornou um rito tão repetitivo e tão monótono, que precisamos que Jesus se manifeste de outras formas para que possamos reconhecê-Lo?

Para terminar, é urgente refletir sobre essa atitude de Jesus ser reconhecido “ao partir o pão” também a partir do ponto de vista social: “O mundo de hoje reconhece o Cristo quando os cristãos sabem verdadeiramente ‘partir o pão’, (o que significa assumir)... um compromisso de justiça, de solidariedade, de defesa daqueles cujo pão é roubado pelas injustiças dos homens e dos sistemas sociais errados”

Uma adaptação do texto do Pe. Paulo Cesar Mazzi.
Fonte: http://padrepaulomazzi.blogspot.com.br/

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